Caratinga registra alto número de violações contra grupos vulneráveis

Dados apontam que a maioria das violações ocorre dentro de casa e persistem há meses ou anos

 

CARATINGA – Caratinga encerrou o ano de 2024 com um cenário preocupante no que diz respeito à violência contra grupos vulneráveis. De acordo informações atualizadas de janeiro a dezembro pelo Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, o município registrou 251 denúncias que resultaram em 1.903 violações, evidenciando um quadro alarmante de agressões e abusos.

 

Mulheres, crianças e idosos entre os mais afetados

A categoria mais afetada foi a de crianças e adolescentes, com 112 denúncias e 679 violações registradas. Esse dado reflete a vulnerabilidade dos menores dentro do ambiente em que vivem. Idosos e mulheres também aparecem com números significativos: 59 denúncias para pessoas idosas (344 violações) e 55 denúncias de violência contra mulheres (321 violações).

Outros grupos afetados incluem pessoas com deficiência (51 denúncias e 335 violações), cidadãos no geral (25 denúncias e 114 violações) e a população LGBTQIA+ (9denúncias e 39 violações). Além disso, a violência contra pessoas em situação de rua foi relatada em 5 denúncias, totalizando 43 violações.

 

A casa como principal cenário da violência

Os dados mostram que o local mais frequente das agressões é a casa onde residem a vítima e o suspeito, com 128 denúncias e 925 violações registradas. Esse número revela que, em muitos casos, a violência acontece dentro do próprio lar, muitas vezes por pessoas próximas à vítima. A casa da vítima aparece como o segundo local mais comum para essas ocorrências, com 62 denúncias e 483 violações.

Além disso, vias públicas (18 denúncias e 227 violações), casa do suspeito (8 denúncias e 53 violações) e o ambiente virtual (6 denúncias e 29 violações) também foram identificados como locais recorrentes para as agressões.

Outro dado preocupante é o tempo de duração das violações. Em 64 casos, as vítimas relataram que as agressões ocorrem há mais de seis meses, enquanto em 52 denúncias os abusos acontecem há mais de um ano. Ainda mais alarmante, 15 denúncias indicam que a violência se estende há mais de cinco anos, e em 6 casos há mais de uma década.

A maioria das denúncias é de violações contra integridade física da vítima, sendo exposição de risco à saúde, maus tratos, agressão ou vias de fato, abandono e lesão corporal principalmente. Em seguida, tortura psíquica e constrangimento.

A população pode denunciar casos de violência por meio dos canais oficiais de atendimento, como o Disque 100 para violações de direitos humanos e a Delegacia da Mulher e órgãos especializados do município.