DA REDAÇÃO- Aos 18 anos, João Marcos Cordeiro Gomes já escolheu o seu caminho: o campo. Morador do Córrego Santo Antônio, em Ubaporanga, ele decidiu investir no café ainda aos 15 anos, quando plantou os primeiros pés. Hoje, mesmo com uma lavoura nova e pequena, carrega nas mãos o entusiasmo de quem acredita que a cafeicultura pode ser um caminho promissor — para quem tem coragem de enfrentar o peso da enxada e a espera do retorno.
“Com 15 anos comecei a investir em café e plantei os primeiros pés. Primeiramente, por paixão, realmente gosto de trabalhar no campo. Mas também enxerguei como uma grande oportunidade de lucro, o café é um mercado bem escalável”, afirma João Marcos.
Ele mora com os pais, Gilmar Luiz Gomes e Maria de Lourdes Cordeiro Gomes. O pai também participa ativamente da lida na lavoura, dividindo com o filho a responsabilidade de cuidar da produção.
João Marcos concluiu o ensino médio e, embora não esteja cursando faculdade no momento, mantém o hábito de estudar à noite. Durante o dia, quando não está envolvido com o café, trabalha também na área rural. “Hoje minha lavoura é nova, ainda não exige serviço contínuo, então trabalho na diária na roça em serviços variados, tanto pra tirar meus gastos, quanto pra investir no café”, explica.
Apesar da pouca idade, João demonstra consciência sobre os desafios do setor. “O que é mais difícil pra mim é o plantio, porque exige um investimento alto e demora a dar retorno”, conta. Mesmo assim, ele já colhe pequenos frutos. “Esse ano minhas lavouras não produzem muito, mas consigo vender até num preço razoável”.
Sobre o futuro, ele sonha alto — mas com os pés no chão. “Se Deus quiser, seria uma maravilha ter uma marca própria. Mas isso é muito complicado e burocrático, só daqui alguns anos de experiência no mercado”, afirma.
Para ele, o café é, sim, um caminho de vida. “Tem uma rentabilidade boa e pode crescer muito. Como faço toda a mão de obra, o retorno é maior ainda. Não é um serviço fácil, é pra quem gosta e tem disposição pra enfrentar os desafios da cafeicultura hoje — que não são poucos”.
Com o olhar firme e o corpo acostumado à lida, João Marcos acredita que o campo continua sendo uma boa escolha — desde que haja coragem. “Dá pra ter futuro no campo sim. É um serviço pesado, a pessoa tem que realmente ter coragem, mas é um trabalho que dá retorno. Com o tempo, dá pra ir crescendo”.
E para os jovens que acham que não há oportunidades no meio rural, ele deixa um recado direto: “Há muitas, basta coragem. Quanto antes começar, melhor. Dá pra achar um serviço no campo braçal que, por mais puxado que seja, paga mais de R$ 2 mil por mês fácil”.