Eu precisava contar de alguma forma o que vivi no último final de semana. Mesmo sem entender muito o que aconteceu ainda, sem a ficha ter caído, preciso soltar o que está dentro do meu peito. Foi louco. Foi intenso.
O futebol é capaz de nos proporcionar diversas emoções em pouco mais de 90 minutos. E o protagonista foi o Flamengo. Aquele mesmo, que desde 2008 vem colecionando vexames internacionais. Aquele que sempre deixou a torcida desconfiada, por mais que ela não abandone o time. Pra variar, a história começa com muito sofrimento. Na maior parte do tempo, na cabeça de cada flamenguista passou o velho conhecido filme do quase, de nadar e morrer na praia. A sensação de mais uma vez sentir o gosto amargo da derrota. Mas em menos de três minutos, o final se tornou feliz. A explosão de alegria misturada com alívio tomou conta. Gritos que estavam guardados há muito tempo tomaram conta da cidade, do estado e do país. Era o Flamengo mais uma vez no topo. Rostos chorosos, incredulidade total e pessoas desconhecidas se abraçando. Foi isso que Gabriel Barbosa Almeida causou nos milhões de rubro-negros pelo mundo.
Cada torcedor presente em Lima, ou os que ficaram no Brasil, empurraram os jogadores e deram um ânimo a mais aos onze que estavam em campo. Naquele momento, o River enfrentava 40 milhões de flamenguistas. E cedeu à pressão, em dois erros de um atleta que até então fazia uma partida perfeita. Mas essa é a maravilha do futebol. O imprevisível é encantador.
Como Zico fez há décadas, foi a vez do menino de 23 anos, que não tem sequer um ano de clube, mostrar a força que o Flamengo tem. Era a redenção de um clube que flertou com a glória durante anos. E finalmente correspondeu.
Matheus Soares