Artigo

A calúnia é uma forma de matar

No meu tempo de Filha de Maria da catedral, tinha uma amiga muito querida que também frequentava essa associação. Um dia, ela estava em casa de uma vizinha cujo marido estava muito mal. Ele piorou e a mulher pediu à minha amiga que fosse à casa paroquial e buscasse o padre para dar a extrema unção ou uma bênção ao marido.  Era madrugada. Minha amiga, para não ir sozinha, levou um sobrinho de uns 12 anos, para acompanhá-la.  Bateu à porta da Casa Paroquial e nem chegou a entrar, pois a empregada atendeu e ela deixou o recado. Logo depois, o padre foi à casa do doente, ministrou a Extrema Unção, e o homem morreu. Só que, quando minha amiga saiu da casa do padre, um rapaz que passava no momento, a viu saindo. No outro dia, a irmã do rapaz veio me contar que minha amiga havia saído da casa paroquial na madrugada. Conversei com minha amiga e ela me explicou tudo. Daquele dia em diante, o comentário sobre a ida da moça na casa do padre, tomou conta dos fuxicos. Ela chorou muito e o padre, também, ficou muito aborrecido tentando explicar a todos que o olhavam com curiosidade.  A amiga ficou marcada pela malícia de muitas pessoas que acreditavam que ela havia estado com o padre nas altas horas da noite.   Lembrei-me da história de um rei que não gostava de calúnia e difamação.  Quando um súdito foi levado à sua presença porque havia caluniado alguém, ele disse que só perdoaria o homem, se ele depenasse uma ave, jogasse as penas ao vento. Se ele conseguisse pegar todas as penas da ave, ele o perdoaria. Mas o homem, evidentemente, não conseguiu porque seria impossível recolher as penas dispersas ao vento.  E o rei explicou que a calúnia, depois de rodar de boca em boca, não seria possível apagá-la da mente das pessoas.  A difamação mancha a reputação para sempre. A pessoa caluniada sempre será lembrada pela mancha imposta pelo caluniador. E o rei teve de punir o homem.

Diante desses fatos, fico imaginando o quanto devemos ter cuidado ao relatar algo maculando a moral de alguém.  Com a internet, as redes sociais têm divulgado tantas maldades que ferem a honra dos outros. Os xingamentos, calúnias ou fatos desabonadores sem prova, são frequentes na conversação virtual, lembrando que esse grande avanço tecnológico, quase sempre age a cargo de objetivos menores. É preciso pensar bem antes de difamar alguém.  É uma nódoa difícil de ser apagada.

Marilene Godinho

Diário de Manhuaçu

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