A Casa do Produtor Rural

Presidente Antônio Teodoro fala sobre as ações do Sindicato dos Produtores Rurais Manhuaçu

MANHUAÇU – Com a morte de Lino da Costa e Silva, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Manhuaçu, Lino da Costa e Silva, em novembro de 2019, Antônio Teodoro Dutra assumiu a direção da entidade. Nesta entrevista, ele fala de sua ligação com o sindicato e das ações que vem promovendo na ‘Casa do Produtor Rural’.
Ele inicia contando como foi assumir a entidade. “Ano passado, meu amigo e companheiro Lino, que foi presidente do sindicato por 22 anos, faleceu. Na última eleição para diretoria do sindicato fui eleito vice-presidente. Com a sua morte, tive que assumir. Então, assumi em dezembro de 2018 a direção do Sindicato dos Produtores Rurais de Manhuaçu”
Antônio Teodoro fala que o sindicato sempre fez parte de sua vida. “Comecei a trabalhar como funcionário do sindicato em 1971, na praça 5 de Novembro. O presidente era o Cornélio Emerick. Saí do sindicato como funcionário e fui eleito vice-prefeito numa chapa encabeçada pelo Eduardo Xavier. Então na prefeitura fiquei como vice, depois prefeito e também como funcionário. Ainda fui funcionário da Câmara Municipal. Houve ainda um período onde cuidei de minha propriedade, do meu pequeno sítio. Eu e minha esposa. Em 2016 minha esposa faleceu e vim morar na cidade devido as dificuldades de morar sozinha na roça”, relata o presidente.
A respeito da situação do sindicato, Antônio Teodoro diz que ele vai bem. “Tem um quadro com muitos associados, uma equipe boa de funcionários, temos o laboratório de análise de solo e temos pareceria com o SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). Então o Sindicato está caminhando bem”, porém, o presidente sabe que existe uma situação um tanto quanto complexa. “Existe, inclusive, o desinteresse do produtor rural para estar se filiando. Digamos, temos outros concorrentes que fazem quase todos os serviços que os sindicatos prestam. Fazendo um paralelo com o ano de 1988, quando saí e fui para prefeitura, o sindicato tinha quase 4 mil sócios e hoje temos mil e poucos sócios, então perdemos muitos sócios. Acho que o produtor deveria pensar bem antes dele seguir para um escritório de contabilidade. Friso que o sindicato é quem representa o produtor, que briga por ele”.
VANTAGENS
Para chamar a atenção dos interessados, Antônio Teodoro lista uma série de vantagens em ser associado. “Os sindicatos não são apenas entidades que prestam serviço, eles são filiados a FAEMG (Federação da Agricultura e Abastecimento do Estado de Minas Gerais) e as federações são filiadas à Confederação Nacional de Agricultura (CNA), em Brasília (DF). Então, se analisarmos as vantagens, elas já começam em Brasília, pois quem briga em Brasília a favor do produtor é a nossa Confederação. Atualmente ela está brigando para a prorrogação do prazo de pagamento da dívidas do cafeicultor. Então, estão lá constantemente reivindicando benefícios para os produtores rurais. Isso na escala federal. Já em Belo Horizonte, a nossa federação está sempre trabalhando em benefício do produtor rural junto ao governo do estado. Agora está sendo trabalhada essa questão ambiental. Sou a favor que se preserve as matas, os rios e suas nascentes porque sem isso nós não vamos conseguir viver. Mas há muito exagero, às vezes, em cima do produtor rural, pois é ele quem conserva o meio ambiente e está consciente disso. Ele precisa ter as matas, a água em sua propriedade. O estado de Minas Gerais é um dos mais severos nessa área ambiental. A FAEMG nos representa e nos últimos dias houve uma reunião com os membros do governo para que a gente possa fazer o melhor trabalho nessa área ambiental”.
Ele cita ainda os serviços que o sindicato presta em Manhuaçu. “Prestamos todos os serviços que uma propriedade rural precisa. É o CAR (Cadastro Ambiental Rural), é o ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural), contrato com meeiros, recibos, registro em carteira, etc. Tudo que uma propriedade precisa, nós fazemos. O sindicato é a casa do produtor rural”, afirma o presidente.
LABORATÓRIO DE ANÁLISE
Para Antônio Teodoro, a ‘menina dos olhos’ do sindicato é o laboratório de análise de solo. “Este laboratório completou 21 anos, já atingiu a maior idade. Foi um laboratório que a Fundação Banco do Brasil montou para o Sindicato. Antes houve um gerente, o Sacramento, que depois foi mandado para Brasília. Quando ele faleceu, seu sobrinho (Luís Prata) era tesoureiro do Sindicato. Ele conversou com o presidente da Fundação Banco do Brasil e disse que a região não tinha um laboratório de análise. À época tínhamos que mandar para Viçosa as nossas amostras de terra ou para São Paulo (SP). Em Viçosa, o laboratório da universidade é mais para pesquisa. Já em São Paulo, os resultados custavam a chegar. Então o presidente da Fundação Banco do Brasil prometeu ao Luís Prata que se empenharia ao máximo para construir esse laboratório. Quando da construção, foi o mais moderno do Brasil. Inclusive com equipamentos importados. Esse laboratório representa muito para o produtor. O laboratório é do sindicato e não visa o lado comercial. Fazemos para pagar o custo e o que sobra, investimos no sindicato, investimos no laboratório. A existência desse laboratório ajuda a controlar os preços. Aqui são três laboratórios de análise de solo. Digo que os outros dois também são muito bons, são de pessoas responsáveis. Mas tendo o laboratório do sindicato, como ele não tem a finalidade comercial, faz um preço melhor, com isso os outros dois tem que acompanhar. E também o produtor deveria procurar o laboratório que é da casa dele”, observa o presidente.
PARCERIA
Antônio Teodoro reconhece que as parcerias ajudam a alavancar a entidade. E uma de sucesso é a feita com o SENAR. “Digo que o SENAR dispensa comentários porque todo mundo conhece o trabalho dessa entidade. São vários e vários cursos que fazemos em parceria. Além disso temos o curso técnico em agronegócio que funciona ali no Polo Educacional, na rua Júlio Bueno. Temos 50 alunos. Este curso tem a duração de dois anos. Ano que vem vamos abrir nova turma. É um curso muito bom, temos alunos de cidade capixabas, de Governador Valadares e até de Belo Horizonte”, lista o presidente.
Encerrando a entrevista, Antônio Teodoro elogia a equipe do sindicato e fala de alguns projetos. “Os associados já me conhecem. Já trabalhei aqui, estou dando prosseguimento ao trabalho que já vinha sendo executado pelo Lino. Nossa diretoria é atuante e me dá todo o apoio. O tesoureiro José Luiz de Aquino sempre está comigo me ajudando. O secretário José Geraldo e o vice-presidente Márcio Rhodes também. Estamos sempre pensando em inovação e assim o sindicato trazer coisas novas para o nosso associado. Digo que fizemos algumas melhorias, o atendimento está sendo mais rápido, demos treinamentos para os nossos funcionários, que estão capacitados para fazer todo o serviço para o produtor. O sindicato tem um patrimônio muito bom em Manhuaçu, que é o parque de exposição. Estamos tentando levar para o parque algo de utilidade para o produtor. Estamos com algumas propostas, algumas ideias, para usarmos aquele terreno que está até alugado para a prefeitura”, finaliza o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Manhuaçu.