Artigo

A ESPERANÇA DA VACINA CONTRA A COVID-19

Ildecir A.Lessa

Advogado

Existem infindáveis debates fora da área científica a respeito das diversas vacinas já produzidas contra a Covid-19. Um desses debates fixa no sentido de que a vacina pode fazer mal ou pode fazer bem. Contudo e muito certo é que a vacina deve imunizar as pessoas, proteger de pegar a doença, sem causar efeitos colaterais adversos.

Segundo declarações dos conscientes especialistas na área, na realidade as candidatas vacinais que vem sendo investigadas usam diferentes plataformas, mas a ideia central é colocar um material estranho no nosso organismo, que não nos cause mal, mas que faça com que o sistema imune reconheça esse material como sendo um corpo estranho parecido com o vírus, produzindo linfócitos B, anticorpos (resposta humoral) e linfócitos T, células T citotóxicas (resposta celular). Os anticorpos neutralizantes vão impedir o vírus de entrar nas células e as células citotóxicas (células T-CD4 e T-CD8), destroem as células de nosso organismo infectadas pelo vírus.

No quadro de Plantão contra a Covid-19 tem o destaque de que são cerca de 165 candidatas vacinais sendo desenvolvidas para Covid-19, baseadas em diferentes plataformas. O governo federal escolheu a AZD1222 (anteriormente chamada de ChAdOx1 n-Cov-19), que está sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca e a Fiocruz, enquanto o governo do Estado de São Paulo escolheu a CoronaVac, sendo desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

A demora de iniciar a vacinação está vinculada na dependência de aprovação das agências regulatórias locais, como o CONEP (Comissão Nacional de Ética e Pesquisa) e a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O nível de exigência é elevado, segue protocolos rígidos, mas se a candidata vacinal se mostra segura e eficiente, é aprovada e após registro, que no Brasil é coordenado pela ANVISA, pode ser produzida em larga escala e distribuída para a população. Isso leva tempo.

A vacina da caxumba foi uma das mais rápidas desenvolvidas até hoje e levou pouco mais de quatro anos. Evidente que a urgência é necessária, devido o país estar em plena Pandemia, e como não tem alternativas terapêuticas, é possível usar uma candidata vacinal, para uso emergencial para profissionais da saúde, que estão com maior risco de exposição ao vírus, mesmo antes de iniciar a distribuição para a população. No entanto, é fundamental seguir os passos dos estudos científicos, não se pode pular etapas e deve-se obedecer aos preceitos éticos, de segurança e de eficácia com indução de imunidade, o que só os ensaios clínicos podem fornecer.

De destacar que no Brasil tem o vírus circulante, de alta taxa de transmissão, mas por outro lado o destaque fica que o país possui muita experiência e competência em ensaios clínicos, tem uma base de ciência, tecnologia e inovação respeitada internacionalmente e tem o SUS como estratégia de imunização. Tem as universidades públicas e institutos de pesquisas públicos participando de estudos. A Fiocruz e o Butantan são instituições públicas respeitadas internacionalmente, produzem as nossas vacinas e realizam um trabalho fantástico para a saúde brasileira e sul-americana, sendo referências de pesquisa, ensino e inovação na área de saúde.

Portanto, com esses protocolos de acordos Oxford/AstraZeneca/Fiocruz e Sinovac/Butantan, o Brasil está em uma posição tranquila na corrida pela imunização contra a Covid-19. O Brasil também conta com um dos melhores programas de vacinação pública do mundo, com condições de levar as vacinas para todo o país, tem muita experiência e é referência internacional em vacinação em massa através do SUS. Nós somos 212 milhões de brasileiros, temos que produzir 212 milhões de doses para vacinar todos, com uma única dose ou produzir 424 milhões de doses se precisarmos de duas doses. É necessário seguir a ciência, o rigor científico e realizar uma avaliação técnica e rigorosa de segurança e eficácia para que eventuais vacinas de fato imunizem as pessoas sem levar a efeitos colaterais adversos. O certo é que, não se pode aceitar neste momento crítico, polarização política em torno de uma vacina, que deve ser considerado bem público, não deste ou daquele governo, não deste ou daquele partido político. Existe sim, uma esperança que em breve o país receberá vacinação em massa, para debelar a Covid-19.

Diário de Manhuaçu

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