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A força da representatividade

Ao procurar no dicionário o significado de “representatividade”, encontra-se a seguinte definição: qualidade de alguém, de um partido, de um grupo ou de um sindicato, cujo embasamento na população faz que ele possa exprimir-se verdadeiramente em seu nome. Contudo, para entender a importância desse termo, precisa-se ir mais a fundo.
Representatividade é o ato de alguém se assumir como é, ou seja, ser verdadeiro consigo mesmo, não se limitar por padrões impostos pela sociedade, aceitar suas características e, assim, inspirar pessoas a também assumirem seus traços naturais, deixando de lado a ideia de que “o natural não é perfeito”.
A representatividade é um dos fatores fundamentais na construção de diversas identidades, seja ela feminina, negra, deficiente, entre tantas outras existentes no mundo e, muitas vezes, segregadas.
A discriminação de grupos isolados é uma característica da evolução social, visto que o grupo que se sobressai, consecutivamente, hostiliza o grupo que é sobressaído. E, neste sentido, o ato de discriminar se enraizou na história, vindo a causar males consideráveis no mundo e que repercute nos dias atuais através de um pré-conceito criado sobre determinado perfil.
Através da representatividade grupos inferiorizados têm a chance de reconhecer o seu valor individual e mostrar para o mundo que não existe um padrão, que o diferente é normal e que preconceitos são expressões de limitações.
Um símbolo histórico de representatividade é o “Pente Garfo”, que foi usado como símbolo antirracista na luta pelos direitos civis afro-americanos nos Estados Unidos, liderada por Martin Luther King nos anos 60. Este movimento marcou o desprendimento dos negros ao padrão de beleza branco e pregava que o cabelo afro é a coroa do negro, também chamado com “Black Power”.
Com o passar dos anos, cada vez mais a beleza negra foi sendo reconhecida e hoje muitas pessoas se sentem confortáveis em serem quem são.
Enquanto o sonho da sociedade livre, justa e igualitária não se realiza, a representatividade vem para amparar a classe inferiorizada e mostrar que o natural, o diferente, o incomum, o autêntico, o singular, a massa, são perfeitos.
O direito ao sonho não está codificado em nenhuma lei, não encontra-se presente em nenhum dos artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), mas se não fosse por ele todos os outros direitos estariam desamparados.
Assim, continuamos sonhando com o dia que a comida farta vai estar sobre a mesa de todos; com a aplicação da mais plena justiça; com o respeito entre os seres humanos; com o dia que não haverá mais uma ideologia superior, pois todos seremos iguais!

Vanessa Cristina Lopes Advogada
Diário de Manhuaçu

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