Artigo

A IGREJA É COMO UMA ÁRVORE FRUTÍFERA-1

Uma comunidade viva!
Conheço há quase 20 anos uma comunidade que me faz
lembrar daquela primeira do livro de Atos, logo no
princípio da caminhada dos discípulos sem a presença de
Jesus em carne e osso… Ela era uma igreja viva, os frutos
apareciam automaticamente, e eles iam se espalhando,
atravessando as fronteiras, indo a todo o mundo!
É assim que vejo a formação do movimento que Jesus
iniciou: ele é como uma árvore viva, que cresce, floresce,
e que dá frutos, naturalmente!

O que é essa “ecclesia” – a palavra traduzida dada à
comunidade de Jerusalém?
Ao ler sobre o assunto, na Bíblia ou em outros livros,
algumas imagens surgem que são bem interessantes.
Uma delas vem do cuidado com ovelhas – do pastoreio. É
um pastor ou cuidador cujo trabalho se resume em se
envolver com a saúde, o desenvolvimento e as
necessidades diárias dos animais. Ele se preocupa com o
que as ovelhas vão se alimentar, que elas façam o
exercício necessário, que permaneçam em lugar seguro,
que não se percam pela curiosidade, etc. e etc.
Outra, que surge nas cartas do apóstolo Paulo, é a imagem
do corpo humano, no qual cada membro, cada parte, cada
órgão, cada célula possui seu lugar, sua função e seu valor.
Todos os membros desta comunidade, do menor ao maior,
do mais simples ao mais culto, ao mais talentoso – cada
um é importante, é “peça original”, e seu valor é
indiscutível.

Mas é a terceira imagem que me vem à mente de forma
mais forte e mais acentuada: a da árvore, ou até, da
videira. Ela é como uma árvore viva, que floresce e dá
frutos.
O apóstolo Paulo lidou diretamente com povos de outras
culturas, e como mestre-do-ensino sentiu que devia trazer
mais detalhes. O corpo humano veio bem a calhar,
aproveitando também para ressaltar a necessidade de
unidade, de todos estarem ligados, e buscando um mesmo
objetivo – mesmo que certas partes ou membros ou
“peças” não precisam ser conscientizadas do alvo maior:
elas estão tão unidas a um órgão ou membro, que
“automaticamente” cooperam para o bem geral, para a
finalização e coroação da missão individual de cada
pessoa.
Destarte, essa comunidade de fé são todos os seus
participantes, e cada um representa o todo, o corpo todo.
– Pra que ela existe? Somos Jesus vivo, agindo,
transformando os ambientes, a vida da sociedade, a
história de nossa cidade, de nossa cultura, de nosso país.
Significa: Ele, o Salvador e Ungido de Deus para esse
mundo, quer continuar a maravilhosa vida dEle, Sua
atuação, Seu poder, Seu caráter, Seu carisma em todos os
recantos da terra ou dos céus onde queiramos chegar.
Assim, qualquer grupo é o próprio Jesus, e dentro de cada
comunidade local temos vários grupos – cada um atua
com a mesma autoridade e poder dEle lá fora! Às vezes,
uma só pessoa tem esse privilégio e essa responsabilidade.

Desta forma, cada um é um membro do corpo – um grupo,
todos juntos, uma unidade atuando harmonicamente e em
cooperação uns com os outros.
Lembro muito bem da sensibilidade indispensável para
valorizar a todos os membros de minha comunidade, e de
honrar especialmente àqueles cuja atuação não era visível,
ou que não era divulgada. Cada parte deve se sentir não
somente respeitada, mas reconhecida e valorizada, amada
de verdade.
Paulo afirma que – uma vez que o corpo foi criado por
Deus (e à semelhança dEle) – não deve e não pode haver
sentimentos contrários, divisórios dos membros entre si –
pelo contrário, o lema claro, a divisa-mor é mesmo todos
por um, e um por todos.
Quando, porém, considero como Jesus falou da igreja,
quando disse a seus discípulos: “Eu sou a videira (árvore),
vocês os galhos (os ramos)”, a imagem se torna muito
vívida. Jesus pensa na vida da árvore, dando fruto, fruto de
verdade. E mais: quando um galho não dá fruto, ele deve
ser podado, para que dê fruto: essa é a razão de ser de cada
um nessa comunidade.
Fruto é algo NATURAL… – é próprio de uma árvore e
ramos que é sadia, que são sadios.
Comparando as ideias de Paulo com as de Jesus: – no caso
da ideia do “corpo”, o “fruto” ou “resultado” é mais difícil
de entender: – Qual é o “fruto” de um fio de cabelo?
É óbvio que cada fio de cabelo tem seu valor e sua função
– às vezes, isso só aparece no conjunto. Ou, no caso dos
órgãos internos, que não se pode ver e que somente nos

últimos séculos através da ciência médica se tornaram
mais conhecidos – mas que fazem parte do corpo, têm
funções importantes (algumas ainda por descobrir), e que
merecem todo o cuidado, – todos eles são necessários e,
em princípio, indispensáveis.
Entretanto, a ideia da árvore frutífera que Jesus lançou nos
atinge imediatamente:
Primeiro, porque é muito mais simples, mais accessível às
mentes de sua época (nível de uma criança de 4-5 anos de
idade), e também da nossa. Por isso mesmo que o nosso
Senhor aponta para a necessidade de cada seguidor dEle
“se tornar como uma criança”. Simplicidade no pensar,
grandeza no perdoar – esse é o corpo de fato, essa é a
mente do nosso Senhor Jesus!
Depois, uma fruta é algo com o qual todos podem se
identificar.
Na minha terra de origem – Rio Grande do Sul – o clima é
muito propício para muitos tipos de árvores frutíferas.
Lembro do tempo de criança e adolescente trepando em
árvores para colher frutas. Tínhamos, no nosso quintal,
macieiras, pereiras, parreiras, pessegueiros e outras mais.
No caso do pêssego, contudo, era muito difícil
encontrarmos algum que não estivesse ruim – geralmente,
vinham com uma “população intrusa” de bichinhos!
“Fruta bichada”, quem gosta de comer?
Moramos por um tempo no estado americano da Georgia.
O lema do estado é “O Estado dos Pêssegos”. É
impressionante a diferença! Só em pensar naquela fruta já

escorre “água” na boca! Comi centenas deles, nunca
encontrei um vermezinho sequer!
A partir da próxima semana, estarei replicando quadros
vivos e verdadeiros da igreja viva – e contemporânea – que
conheci, e que está alcançando o mundo – naturalmente!
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de
Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino
Doctum – UniDoctum rudi@doctum.edu.br

Diário de Manhuaçu

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