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A importância dos jogadores africanos para o futuro dos clubes europeus

Entra ano, sai ano, e os clubes europeus vêm buscando reforços em ligas alternativas onde o valor é baixo, mas a capacidade e o potencial técnico são enormes. O caso mais comum e de grande sucesso no futebol há muitas décadas é a procura por jogadores africanos. Os scouts dos clubes europeus trabalham de forma intensa para localizar jogadores africanos em clubes de pouca expressão, para contratar e fazer todo aquele trabalho de adaptação e evolução. Ao longo das temporadas, o jogador se ambienta e começa a dar retorno dentro de campo, para futuramente dar retorno também financeiro ao clube. Com isso, vem o reconhecimento e o tão desejado alto salário ou o suficiente para mudar a vida dos familiares. É o desejo de todo jovem no continente.

Temos vários exemplos de jogadores africanos que estão em grande evolução no cenário europeu, que em breve irão figurar nos principais clubes do mundo. Os times franceses são os líderes neste quesito e já revelaram jogadores como Didier Drogba, Michael Essien, Stéphane M’bia, entre outros. Trazendo mais para o presente, outros clubes pelo mundo se destacam pelo ótimo trabalho na descoberta de novos talentos africanos. O dinamarquês Nordsjaelland, um dos principais clubes do país, atualmente conta com dez jogadores africanos em seu plantel principal. Muitos já possuem bons minutos na primeira divisão e vão ganhando confiança para seguirem crescendo. Dos dez, oito são ganeses. O clube faz um trabalho bem interessante principalmente em Gana, onde buscam atletas para as camadas jovens.

Outro caso de sucesso é o do Red Bull Salzburg, da Áustria, que sempre atrai olheiros dos principais times da Europa. Tudo isso porque o clube vai atrás de jovens ao redor do mundo, que pouco são vistos e acreditados pelos demais. E o trabalho dos touros no continente africano não é diferente. Na equipe principal são sete africanos, entre eles os cobiçados atacantes Patson Daka e Sekou Koita, de 21 e 20 anos, respectivamente. Daka surgiu como uma joia a ser lapidada no futebol de Zâmbia e foi para o time de transição do Salzburg em 2017, aos 18 anos. Koita chegou na Áustria um ano depois, vindo do USC Kita, de Mali, também com 18. O Red Bull Salzburg, anteriormente, buscou alguns jogadores que já estão nas principais equipes e ligas do mundo, entre eles Naby Keita e Sadio Mané, hoje no Liverpool, Amadou Haidara e Dayot Upamecano, volante e zagueiro do RB Leipzig, e Diadie Samassékou, do Hoffenfeim. Naby Keita e Sadio Mané, inclusive, são as duas maiores vendas da história do time austríaco. Keita foi vendido ao RB Leipzig na temporada 16/17 por cerca de 29 milhões de euros, e Mané foi vendido ao Southampton, na temporada 14/15, por 23 milhões de euros.

Quem também está diretamente ligado ao futebol africano é o Ajax, da Holanda. A equipe tem uma espécie de filial na África do Sul, o Ajax Cape Town. Fundado em 1999, a equipe africana serve como principal canal de comunicação do clube holandês no continente. Além disso, jovens do Ajax CT passam por períodos de testes no clube matriz e caso sejam aprovados, permanecem em Amsterdam. Há mais ou menos duas temporadas, o time B do Ajax conta com dois sul-africanos que vieram do clube parceiro. Já na equipe principal, o atacante nascido na Burkina Faso, Lassina Traoré, de apenas 19 anos, é outro que veio do clube africano. Traoré é frequentemente relacionado pelo técnico Erik ten Hag para os jogos da Eredivisie e já possui dois gols e duas assistências em nove jogos.

A paciência dos clubes em desenvolver jovens jogadores, que raramente é visto no Brasil, faz muita diferença para o sucesso do clube. Isso diz muito sobre o abismo financeiro entre os clubes de fora para os brasileiros. Altos investimentos são feitos apenas em casos de extrema urgência. Dito isso, é sempre bom afirmar que o continente africano é repleto de riquezas e precisa ser cada vez mais valorizado.

Matheus Soares

Diário de Manhuaçu

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