A política é, por natureza, a arte de organizar a convivência humana em sociedade, promovendo a justiça, o bem comum e a harmonia entre os cidadãos. Desde Aristóteles, a política foi entendida como uma vocação elevada, essencial para a realização plena do ser humano como um animal social. Contudo, em tempos de degradação ética, torna-se indispensável diferenciar o verdadeiro político — aquele comprometido com o bem comum — do pseudopolítico, uma figura que, apesar de parecer atuar no campo político, na verdade o desvirtua completamente.
O pseudopolítico, longe de ser um político autêntico, representa a negação da política enquanto instrumento de construção coletiva. Ele se vale do poder de maneira egoísta, antiética e destrutiva, opondo-se à verdadeira essência da política e à sua finalidade maior: a justiça e o bem comum.
Aristóteles definiu o ser humano como um zoon politikon, ou seja, um animal político. Essa definição não é meramente descritiva, mas essencial: o homem só alcança sua realização plena em comunidade, por meio de relações sociais organizadas e regidas pela política. Para o filósofo, a política não era apenas a gestão do poder, mas o meio pelo qual se constrói uma ordem justa e equilibrada, que beneficia tanto o indivíduo quanto o coletivo.
Nesse sentido, a política exige virtudes como a justiça, a prudência e a coragem. O político genuíno é aquele que coloca o bem comum acima de seus interesses pessoais, agindo com integridade e compromisso com a sociedade. Contudo, essa visão nobre da política foi sendo obscurecida por práticas imorais, que afastam a política de seu propósito original.
Diferente do político verdadeiro, o pseudopolítico utiliza a política como um simulacro, um instrumento para alcançar fins egoístas ou ilícitos. Ele não busca o bem comum, mas a satisfação de interesses privados, manipulando as estruturas de poder em benefício próprio. Sua atuação corrompe a essência da política e compromete o tecido social, levando ao descrédito das instituições públicas e à desconfiança da população.
O pseudopolítico é, portanto, uma aberração no campo político. Ele não apenas se desvia das virtudes que fundamentam a política, mas as nega deliberadamente. Sua habilidade em manipular, enganar ou “jogar o jogo político” não faz dele um político no sentido verdadeiro da palavra. Pelo contrário, essas práticas o caracterizam como um antípoda do político virtuoso.
Ao distorcer a finalidade da política, o pseudopolítico promove uma forma de pseudopolítica, que não edifica, mas destrói. Ele é incapaz de gerar o bem comum ou sustentar a ordem social de maneira legítima, pois age à margem das virtudes e do compromisso ético que a política requer.
A virtude é a base da verdadeira política. Sem virtude, o exercício do poder degenera em tirania, demagogia ou corrupção. A política genuína requer líderes que sejam justos, prudentes e comprometidos com a dignidade humana e o bem-estar coletivo.
O pseudopolítico, por sua vez, é desprovido dessas virtudes. Sua ação é orientada pelo egoísmo, pela ganância e pela busca de poder pelo poder. Ele instrumentaliza o discurso político para mascarar suas intenções, transformando a política em um espetáculo vazio de significados reais.
A sociedade precisa rejeitar essa figura, entendendo que o pseudopolítico não representa a política em sua essência, mas sua negação. Valorizar a virtude na política é o único caminho para resgatar a confiança nas instituições e promover uma ordem social justa e estável.
O combate à pseudopolítica é um imperativo ético e social. É preciso desmascarar aqueles que, sob o pretexto de agir politicamente, se dedicam a destruir os fundamentos da política legítima. O resgate da política passa pela valorização dos verdadeiros políticos — aqueles que agem com integridade e se dedicam ao bem comum — e pela rejeição categórica do pseudopolítico, cujas ações corrompem a esfera pública.
Esse resgate exige também o engajamento cidadão. A apatia e a aceitação passiva das práticas pseudopolíticas contribuem para o avanço do cinismo e da degradação ética. A política só poderá recuperar sua vocação elevada quando a sociedade exigir líderes virtuosos e comprometer-se ativamente com os valores que sustentam a vida em comunidade.
A política é, em sua essência, a busca pela realização do bem comum. Ela é uma vocação que exige virtudes e integridade, sendo incompatível com as práticas egoístas e corruptas do pseudopolítico. Diferenciar o político verdadeiro do pseudopolítico é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e ética.
O pseudopolítico, com suas ações destrutivas, representa a negação da política e a maior ameaça ao bem comum. Reconhecer sua falsidade e combatê-lo é o primeiro passo para resgatar a política como instrumento de transformação positiva e como expressão da verdadeira vocação humana: viver em comunidade, promovendo a justiça e a harmonia.
A verdadeira política é uma força de construção; a pseudopolítica, uma ameaça que deve ser rejeitada. Cabe a cada cidadão decidir em que lado da história estará: no lado do bem comum ou no lado da degeneração promovida pelo pseudopolítico.