Artigo

A QUESTÃO NÃO ESTÁ EM PAUTA.

Margareth Maciel de Almeida Santos
Doutora em Sociologia Política (IUPERJ)
Membro do Instituto Nacional dos Advogados do Brasil (IAB-RJ)

O que o L de Lira disse para o L de Lula?
“Ei você aí, me dá um dinheiro aí
Me dá um dinheiro aí
Não vai dar?
Não vai dar não?
Você vai ver a grande confusão”.
Essa marchinha de Carnaval, explica bem a crise existente entre Lula e Lira.
E é verdade, os dirigentes das instituições, leia-se o nosso presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), conhecido por Lira, me parece que não sentaram até o dia 8 de janeiro de 2024 de forma civilizada para tratar de assuntos de interesse de todos e todas quem os elegeram para serem nossos representantes da política em nosso país.
Será que precisamos aprender a respeitar mesmo aqueles e aquelas que não simpatizamos? Respeitar a convivência, as opiniões contrárias e escolhas?
Lira foi adversário e ainda é de Lula, pois Lira como as mídias nos mostrou apoiou Jair Bolsonaro para presidente nas últimas eleições que ocorreram em nosso Brasil. No entanto Lira reconheceu que a democracia foi violentada quando as instituições foram desrespeitadas na data de 08 de janeiro de 2023. O site câmara nos contou que “464 votos, foi reconduzido para o presidente da Câmara, para um biênio 2023-2024. Votos para Arthur Lira (fala nossa). O que deve ser ressaltado é que Lira foi apoiado por um único bloco parlamentar reunindo 20 partidos, incluindo duas federações. Ele obteve a maior votação absoluta de um candidato à Presidência da Câmara, considerados os registros dos últimos 50 anos”. (www.camara.leg.br).
Significa que existem parlamentares que apoiam o presidente Lula como também existem aqueles que não apoiam. E daí?
E daí é que vemos instalado como método de trabalho, o Presidencialismo de Coalização. Isso significa a presença de articulações entre as forças políticas para alcançarem os seus objetivos, principalmente para a ocupação de cargos em um governo.
No caso o governo Lula precisa de uma base de sustentação no Legislativo onde Lira é o atual presidente. Por outro lado, apesar dos pontos negativos, existe aí uma certa forma que pode ser avaliada como positiva, porque cria-se uma forma do Poder Legislativo fiscalizar o Poder Executivo.
O ponto é que nesse momento de confronto entre o L de Lula e o L de Lula, podemos dizer L x L as emendas de comissão, cujo meu entendimento se refere como sendo emendas que estão substituindo o orçamento secreto, cujo valor é de 5,6 bilhões, valor muito significativo. O Congresso precisa arbitrar e consequentemente dar autoridade para o presidente da Comissão distribuir esse valor de 5,6 bilhões.
Assim: – Para quem vai parte desse dinheiro? – Para qual senador, para qual deputado? Nesse ínterim necessita de um a liderança dentro do plenário da câmara e o do deputado, para a realização desse trabalho.
Em cortes de pagamentos de emendas do Orçamento, Lira avisou que a Câmara respeita os acordos políticos que foram firmados em 2023 e cobrou do governo como compromisso com “ a palavra é dada.” Lira ficou tão afetado com a crise que chegou a faltar à sessão de abertura do ano Judiciário, como também faltou a posse do ministro da Justiça Ricardo Lewandowski, nos conta as mídias.
Segundo o site do Estadão, Lira disse:
“Errará grosseiramente qualquer um que aposte numa suposta inércia desta Câmara neste ano de 2024 em razão sejam das eleições municipais seja ainda em razão de especulações de eleições da Mesa Diretora no próximo ano .Errará ainda mais quem apostar na omissão desta Casa em razão de uma suposta disputa política entre a Câmara e o Poder Executivo” (www.estadao.com.br).
Ainda disse que:
Lira foi enfático ao dizer que os” trabalhos da Casa não serão paralisados por causa das eleições municipais ou por conta da sua sucessão, a partir do ano que vem e disse ainda que nenhuma disputa política entre a Câmara e o Executivo atrapalhará os trabalhos. “ (www.estadao.com.br).
O caso é que Lula está disposto a enfrentar o presidente Lira apesar de saber que precisa mais de Lira (a câmara) do que Lira dele para que seja votada as emendas parlamentares e assim costurar partidos para tentar ampliar os apoios. Lira tem interesse em transferir seu como capital político como presidente da Câmara para um sucessor que tenha mais afinidade com sua pessoa e sabe que existem candidatos que são considerados notáveis, habilidosos.
Mas será que Lula quer o candidato de Lira? Será que Lula quer reduzir a dependência de Lira?
Política é política, e assim o presidente Lula recebeu nesta sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024 no Palácio da Alvorada. Pelo que me pareceu que Lira saiu melhor da reunião com o presidente do que quando se apresentou na abertura do Legislativo. Melhor assim, pois a cooperação entre os poderes nos oferece uma análise sobre o papel do Estado democrático.
PAZ E BEM!

Diário de Manhuaçu

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