Artigo

As linguagens corporais de algumas vítimas de assédio

Por Uemerson Florêncio

 

Uma vítima de assédio ao ouvir a voz ou o nome da pessoa que lhe assediou, pode ter uma mudança súbita de humor. As suas micro expressões faciais expressam algum tipo de repudio, insatisfação ou apreensão, porque as memórias traumáticas das dores causadas, modelam a sua face com tais sentimentos. Quantas situações foram desenhadas em sua memória neste momento?

É possível notar uma ligeira palidez, falta de ar, tremor e variação da pressão quando a pessoa assediadora se aproxima da vítima para qualquer tipo de abordagem. Tal alteração no quadro de saúde física é notada quando ela é surpreendida pela presença deste predador da dignidade humana no ambiente familiar ou em espaços reservados no trabalho. Quantas vezes você foi surpreendida pela perda da voz por conta da tensão criada pela presença de um assediador?

Neste caso, o movimento súbito também lhe acontece, pois ela, de uma hora para outra, minifesta grande pressa para terminar as tarefas do expediente ou ainda, não entra na sala da pessoa assediadora. Caso ela tenha esta necessidade é uma verdadeira agressão para esta vítima, o corpo vibra negativamente, a tensão se eleva e se este assediador notar tal mudança tenta impressionar com jogos de olhares e indiretas sutis hostilizadoras. Quantas vezes você viveu esta tensão de ver o seu corpo tremer por conta de assediadores?

Há muitas vítimas que manifestam diversas rejeições dentro dos seus relacionamentos, por conta de assédios vividos na infância, dentro da sua própria família. Comportamentos inapropriados de pais para as filhas, por exemplo, os quais, tem em suas filhas a extensão dos seus desejos ocultos que deveriam ser expressos para as suas esposas. Quantas crianças são vítimas hoje dentro da sua casa ou na casa ao lado?

Há mulheres que hoje não conseguem se permitir, a um aperto de mão, abraço ou qualquer gesto de afeto físico, quer seja, do namorado, marido ou filhos. É importante respeitar estes comportamentos, afinal, ninguém sabe o que cada pessoa passou, são baús com grandes porções de dores guardadas. Não julgue, não piore a situação dela, pare, observe, busque dialogar de forma leve e não invasiva.

E, como fazem o papel de homem integro, bom pai, cheio de bons costumes é um predador da dignidade de quem deveria proteger. Geralmente, os assediadores têm um tipo de discurso próprio, muito particular, um tipo de voz, um tipo de olhar, um tipo de toque, onde manifesta as suas mais sombrias fantasias dilaceradoras. Muitas, são tomadas por um sentimento de profunda hostilidade direcionado aos homens em geral que cruzam a sua vida. É o seu caso? Busque auxílio para melhorar o seu padrão comportamental.

 

É visível que esta grande agressividade gratuita e generalizada não é normal, é estranha. Afinal, tais atitudes ficam mais evidentes quando alguns homens se expressam mesmo que inconsciente, mas muito similar as atitudes do assediador. Este é o momento que os traumas falam mais alto!

Outras vítimas domésticas, geralmente se reportam a algum ponto de apoio que pode ser a mãe, avó, tia, sendo que estas pessoas não sejam favoráveis ao assediador. Afinal ela o evita de todas as formas, mesmo porque, há mães ou responsáveis que ignoram os comportamentos destes predadores da dignidade humana.

Muitas vítimas saem como erradas, elas buscam apoios, mas não tem, buscam ouvidos e são ignoradas. Afinal, o predador da dignidade humana, este algoz é a pessoa que coloca a comida dentro de casa, é o que paga as contas do mês, é o que paga o salão de beleza da mãe ou responsável.

A vítima evita ter contato visual com a pessoa assediadora, seja na família ou no ambiente de trabalho. Quando é para responder ao assediador, a vítima adota falas monossilábicas sem qualquer expressão de afeto. Ela também adota uma postura silenciosa no caminhar ou no falar, evita que a sua voz seja escutada nos corredores da casa ou da empresa para que não seja reconhecida. É muito importante focar para estes pontos a seguir:

 

Atenção aos seus filhos quando voltarem das escolas. Eles demonstram alguma mudança comportamental? Deixaram de gostar da escola? Seus filhos demonstram alguma resistência com relação a algum professor ou funcionário? Quais são as aulas mais agráveis e divertidas? Nunca se sabe porque é tão agradável assim, correto? Devemos considerar que muitas vezes, as alunas têm suas carências naturais e muitos assédios nascem de forma muito sutil.

Muitos assédios acontecem entre o profissional e a criança, onde ela acredita estar recebendo apenas carinho e a escola não sabe. Mas há gestores escolares que descobrem casos de assédio, no entanto, os assediadores são protegidos para não prejudicar a imagem perante a sociedade.

Atenção as mulheres em geral das nossas famílias e das redes de amizades que são na maioria das vezes, as principais vítimas de assédio no ambiente de trabalho, assédio moral e sexual.

Atenção se a sua filha mudar o comportamento com quem quer que seja da família, pare, observe. Quem lhe causa mais evidente desconforto na família? Em qual momento isso fica mais evidente? Como ela se comporta em contato com esta pessoa? Como é a abordagem desta pessoa perante a sua filha ou filho?

* Uemerson Florêncio – (Brasileiro) Empreendedor. Treinador, palestrante e correspondente internacional de opinião para 5 países de língua portuguesa na África (São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Moçambique, Guiné Bissau e Angola), 7 países de língua espanhola (Argentina, Paraguai, Colômbia, Uruguai, Chile, Peru e Espanha) e Estados Unidos e Brasil, onde expõe sobre a análise da linguagem corporal, gestão da imagem, reputação e crises, além de desenvolvimento de cidades. Criador do método pentágono da comunicação. Gestor de conteúdo do site da empresa Conceito Treinamentos no Brasilmore

 

Diário de Manhuaçu

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