MANHUAÇU – A pandemia do novo Coronavírus vem trazendo enormes prejuízos para a economia do país. Em Manhuaçu, cidade-polo para mais de 300 mil pessoas, também vem sofrendo com este cenário. Conforme mostrado também na edição de quarta-feira (26) do DM, em julho deste ano, a cidade fechou com um saldo negativo de menos 45 empregos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Governo Federal, o Caged. De janeiro a julho deste ano, a cidade perdeu 531 postos de trabalho.
O presidente da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Manhuaçu (Aciam), Silvério Afonso, diz que a morosidade nas ações por parte dos governos federal, estadual e municipal, contra o novo Coronavírus, ajudaram a piorar a situação do município que já tinha sofrido com as enchentes em janeiro deste ano. “A pandemia afetou não somente nossa região como o mundo todo. Os conflitos de informações dos setores públicos geraram dúvidas, que por um grande período, deixaram o empresariado em geral sem saber como agir. A conta ficou toda para o empresariado, que acabou pagando praticamente sozinho com a falta de gestão dos governantes”, ressalta.
Ao comentar os números do Caged, Silvério diz que mesmo com uma safra de café recorde esse ano, o fechamento do comércio refletiu na geração de empregos. “O pequeno, médio e grande comerciante sofreram diretamente com o fechamento do comércio. Importante ressaltar que mesmo com a safra recorde da cafeicultura em Manhuaçu e região, gerando inúmeras contratações com carteira assinada, o déficit ainda é grande, mostrando assim o impacto sofrido na economia desde o início do ano”. O presidente da Aciam completa que “outro ponto importante e que ainda não temos dados oficiais é o número de autônomos e trabalhadores informais que foram diretamente atingidos, aumentando negativamente os números de desempregados”.
Sobre um cenário futuro e reflexos da pandemia, Silvério ressalta que o que tem dado um fôlego a economia de Manhuaçu é a colheita do café. “Nossa região tem um setor que está amenizando os reflexos da crise, estamos em meio a uma safra de café recorde e com preços num patamar que eu diria de bom para ótimo, gerando para Manhuaçu e cidades vizinhas valores que irão agregar negócios e que fomentarão a nossa economia. Mas ainda é muito cedo para uma avaliação do que teremos pela frente nos próximos meses. É preciso que políticas públicas sejam adotadas, não só para nossa região como para todo o país, para que haja uma recuperação dos setores econômicos. Esperamos do governo mais crédito e juros realmente baixos para que a indústria, comércio e todos os setores afetados possam reagir”.