Campanha realizada pelos ESF’s do Município visa incentivar o uso do preservativo,
sobretudo no carnaval, e reverter quadro de aumento nos casos de DST’s e Aids
MANHUAÇU – Com o aumento do número de casos de Aids no Município, os ESF’s de Manhuaçu estão realizando diversas campanhas educativas pelo uso do preservativo, sobretudo pelos jovens, no período do carnaval. Com o tema “apegada do carnaval é usar camisinha”, diversas ações como entrega de panfletos, de preservativos e orientações quanto as doenças vem surtindo grande impacto na população.
De acordo com a enfermeira e e coordenadora do ESF São Vicente, Marizy Helena Nunes Loures Vasconcelos, foi realizado em dezembro, durante a comemoração do dia mundial de combate a AIDS, um trabalho de prevenção. Agora, nesse período pré-carnaval,esse trabalho foi intensificado, principalmente devido ao aumento do número de casos de Aids. “Percebemos que quando bombou a questão da AIDS todo mundo se prevenia, hoje por saber que existe um tratamento e que a pessoa vive normalmente por um grande período, os jovens perderam um pouco o medo da doença e, com isso, cresceu a quantidade de pessoas, tanto adolescentes, quanto de idosos, com HIV”, destaca. Segundo a coordenadora, cada ESF montou sua estrutura de acordo com as suas necessidades, demandas e sua localização dentro do Município. No caso do ESF São Vicente, foi realizadouma caminhada no bairro, na tarde desta segunda- feira (09), em que estavam a médica, a enfermeira
e os nove agentes comunitários de saúde. “Fomos até os usuários, para tentar alcançar a população alvo e mesmo aquelas mais distantes da unidade. Visitamos várias casas, panfletamos e distribuindo preservativos e orientando, esclarecemos dúvidas, falamos do exame que está a disposição da pessoa que se considerar em risco. Outras equipes fizeram diferente, montaram barracas em pontos estratégicos, panfletando, distribuindo preservativos e repassando as orientações, esclarecendo dúvidas. Mas todos dentro do mesmo objetivo”, destacou. Marizy ressalta que o trabalho de prevenção realmente dá certo. Após a caminhada, muitos usuários procuraram o ESF para pegar preservativos. De uma caixa, que normalmente fica cheia, já não havia restado nenhuma. E a reposição ainda era constante. Tendo que ser reposto o tempo inteiro. “Deixamos a caixa exposta porque tem gente que tem vergonha de pedir. Hoje vieram diversas pessoas para pegar”.
RISCOS DO SEXO SEM PRESERVATIVO
São várias doenças sexualmente transmissíveis. O risco para quem se submete a uma relação de risco
vai desde uma hepatite B, que com o tempo se torna crônica e muito perigosa, até sífilis, cancro, gonorreia, condiloma (HPV). “Teve um fato engraçado hoje, que uma usuária chegou e nos pediu mais preservativos para levar para os filhos adolescentes, que ficaram assustados quando viram as fotos das DST’s de um dos panfletos entregues pelo ESF. Então essa campanha surtiu um efeito muito grande, pois são doenças visivelmente feias e, ás vezes, assintomáticas, que a pessoa transmite a doença através de relação e não apresenta sintoma nenhum”, explica a coordenadora. De acordo com Marizy, numa consulta no ESF, o comportamento sexual do paciente é sempre questionado, sele ele faz o uso do preservativo em todas as relações. Quando esse usuário já avisa que tem ou teve uma relação de risco, os exames são solicitados. “Tivemos muito questionamento de como se usar o preservativo, algo que inclusive nos surpreendeu, isso porque fazemos muita palestra e até temos material para demonstrar. Mas são adolescentes, muito jovens, inclusive ocorreu uma situação de uma adolescente que nos parou questionar como se usava corretamente a camisinha. Muitas dúvidas sobre as doenças, inclusive sobre o HIV, porque na cabeça deles, o pior, muitas vezes, é uma gravidez indesejada, não a doença em si”, destacou.
CASOS
Segundo Marizy, quantitativamente, em termos de achar a doença, não tão comum. “Isso ocorre porque eles escondem muito, alguns não tratam aqui e vão para outros lugares quando há o diagnóstico”. No Município tem aumentado sim o número de HIV / AIDS e as DST’s. Aqui no ESF São Vicente, por exemplo, em um ano, que é o período que estou aqui, tivemos vários casos de
DST’s”, alertou.