MANHUAÇU – Está sendo realizado desde o dia 27 de novembro e se encerra neste sábado (5) a Semana do Café com Dança, de forma totalmente online e por meio das redes sociais. O evento é uma realização do Ballet Pollydiana Salazar e do Projeto Mover e contou com vários nomes da dança do cenário nacional e da cultura de Manhuaçu.
A idealizadora do evento e bailarina, Pollydiana Salazar, conta que por conta da pandemia do novo coronavírus neste ano, eles tiveram que se reinventar. “Devido a pandemia nós tivemos que nos reinventar, não foi fácil. É igual Carnaval, já finaliza uma apresentação e já começa a criar outra. Ano passado nós apresentamos Suite de Coppelia, e finalizamos já com outro projeto que seria Cats, que é um espetáculo da Broadway, e já tava tudo construído, mas infelizmente devido a pandemia a gente não vai ter espetáculo esse ano”. A escola de balé de Pollydiana costumava fazer uma apresentação sempre no final do ano, com os alunos da escola e do Projeto Mover, que ensina balé clássico a crianças de baixa renda de Manhuaçu.
A professora conta que por conta disso, ela pensou em fazer uma coreografia baseada na história de Manhuaçu e do produto mais precioso de nossa terra o café. “E eu ia só trazer apenas uma coreografia com o tema do Café. Como que surgiu isso? Na minha pós-graduação em dança eu tive uma vivência das danças populares e o professor trouxe a dança do café e nele trazer a dança do café, eu pensei assim, vou criar uma coreografia e vou apresentar no trevo, e jogo nas mídias, nas redes sociais. Eu comecei a estudar várias coisas e eu vi sobre o Vídeo Dança, então eu pensei em criar um espetáculo dentro do Vídeo Dança com o tema do café. Foi aonde surgiu nosso espetáculo chamado “Nossa terra, nosso lar”, onde a gente vai trazer o relato da história de Manhuaçu, dentro do café”.
A ideia da Semana do Café com Dança surgiu a partir da idealização deste espetáculo. “E dentro disso, nós iríamos trazer só o espetáculo “Nossa terra, nosso lar”, e com várias conversas e várias pesquisas, trouxemos também a Semana Café com Dança, que está acontecendo desde o dia 27 de novembro. Nós tivemos seis workshops, que aconteceu entre os dias 27 e 29 de novembro, com grandes nomes da dança, como Caio Nunes que é coreografo da Rede Globo, Adriana Vilela que já foi bailarina internacional e é de Belo Horizonte, Maria Helena, professora de ginástica rítmica no Rio de Janeiro, Flávia Burline, primeira bailarina no Teatro Municipal do Rio, Flavinho Flag, bailarino na Igreja Batista da Lagoinha de Belo Horizonte e Valquiria Santos que é bailarina e coreografa em Belo Horizonte”.
Ela também conta que durante essa semana foi e está sendo realizado várias lives com pessoas da cultura de Manhuaçu para contextualizar o espetáculo que será apresentado online neste sábado (5). “Essa semana está acontecendo várias lives. Tivemos lives falando de Mãe para filha, com a Francielle e a filha dela Emily Ferreira, que é a menor barista de Minas, tivemos com a Denise Marinho da Mesa Posta, falando sobre O valor da mesa e da família, nós tivemos do Grupo Mulheres do Brasil, falando do nosso espetáculo, sobre a rota do café que foi nesta quinta, uma live sobre a certificação internacional do terreno e do café. Teremos outra sobre a Consciência Negra, porque nós temos o relato dos negros chegando ao nosso município como mão de obra barata, e o nosso espetáculo que vai acontecer no sábado. Estamos trazendo tudo isso de forma muito abrangente, para que as pessoas tenham esse elo emocional com todo esse contexto histórico que nós vivenciamos”.
O espetáculo
Segundo Pollydiana, há algum tempo ela queria realizar um espetáculo baseado na história de Manhuaçu, mas ela ficava pensando como ela iria transportar todo um contexto histórico para um espetáculo de dança. “De uns três anos pra cá eu venho querendo realizar dentro da temática da história de Manhuaçu, do café, mas eu ficava no impasse de como realizar tudo isso, trazendo todo esse contexto histórico nosso. Durante todos estes oito anos, nós temos realizado os nossos espetáculos e nós sempre realizávamos baseado em filmes infantis ou dentro de repertórios de balé, então era muito mais fácil, porque a história já havia sido criada, e era só fazermos um breve resumo de toda a história, construir toda a coreografia e levar para o palco, então era muito mais fácil. Quando a gente pega um livro e vai estudar, aí fica um pouco mais complexo, porque a gente tem que estudar toda a história, criar um enredo em cima e trazer o resumo disso dentro da dança. Temos que criar um roteiro para isso e idealizando todo o espetáculo. Então eu ficava nesse impasse de como criar tudo isso”, conta.
A professora também conta que foi preciso fazer uma pesquisa bem extensa para conhecer e entender a história de Manhuaçu. “Desde agosto eu tenho estudado muito, eu li vários livros sobre a história de Manhuaçu, eu recebi recortes de jornais de jornalistas, conversei com várias pessoas sobre tudo isso, fui trazendo conhecimento da história de Manhuaçu para que eu pudesse criar todo o roteiro e elaborar todo o espetáculo. Eu li vários livros, um deles foi “A história sentimental de Manhuaçu”, de Paulo Andrade, e o outro foi “Fragmentos da história de Manhuaçu”, de Ivone Ribeiro, entre outros. Cheguei a conversar com a doutora Beatriz que já foi secretária de cultura de Manhuaçu, conversei com jornalista, com o SJ de Moraes, conversei com várias pessoas para entender a história de Manhuaçu e esse contexto histórico todo, para poder criar tudo isso. Tive conversa com outras pessoas, teve uma grande amiga minha que é produtora cultural, que é a Claudia Medeiros, lá do Pantanal, fui conversando com várias pessoas e trazendo tudo isso. Minha cabeça ficou com um turbilhão de ideias, agora eu preciso me esvaziar e organizar todo o pensamento, todas as ideias para que eu consiga colocar no papel, e foi isso que eu fui fazendo.”
O espetáculo será apresentado de forma online e contou com um recurso chamado vídeo dança, que é filmagem dos movimentos dos bailarinos durante a apresentação. Pollydiana conta que foi bem exaustivo fazer as gravações, mas que foi gratificante em ver que os dançarinos gostaram da ideia. “Dentro de um mês nós tivemos dois finais de semana com criação das coreografias, ensaiávamos oito horas por dia para que fosse aprendida mesmo no corpo pelos alunos. Foi uma vivência nova, porque os meninos têm uma vivência no clássico, e nós trouxemos a dança contemporânea que é outro contexto de dança, mas que foi muito gostosa essa vivência tanto para nós quanto para os alunos. Dentro disso, desses dois finais de semana, nós pegamos outro final de semana, onde nós tivemos três dias de gravação, direto, sexta a tarde, sábado de manhã e a tarde, domingo praticamente o dia todo, então foram três dias bem exaustivos, mas nós conseguimos. A satisfação dos alunos, de poderem aprender uma nova modalidade de dança, vivenciar isso no corpo deles e depois gravar, ser filmado, para eles foi sensacional. O relato que eles traziam pra mim que realmente estavam gostando de toda essa criação e de toda essa composição. É diferente de um espetáculo que vai ser presencial, onde a gente ensaia e depois vai pro palco e apresenta, esse é totalmente diferente. A gente ensaia, filma e leva para o online, onde eles também podem assistir com a família deles eles dançando”, destaca.
Agradecimento
A professora só tem a agradecer a todos que participaram e fizeram deste vento um sucesso. “Foram praticamente cinco meses de trabalho para realizar esse evento todo. É muito bom relatar isso, que nosso workshop nós tivemos pessoas de fora, dos Estados Unidos, da África, é muito gratificante a abrangência que nós estamos alcançando com a realização do nosso primeiro café com dança, porque depois nós queremos fazer outras edições. É muito satisfatório podermos realizar isso em plena pandemia, porque nós não podemos ter muito contato. Está sendo muito divertido, apesar de estar também sendo cansativo. Quero agradecer a todas as pessoas que nos apoiaram, os pais dos alunos que abraçaram essa ideia e todos os nossos apoiadores, o Grupo de Mulheres do Brasil de Manhuaçu, a Prefeitura de Manhuaçu, Óticas Mayer, Café Emerick, Glamour Fitness, CCAA, HM Corretora, Santos Getulino Advocacia e Contabilidade, Playkids, Dj Vilela mix, Café Afir e Cleiciane de Medeiros. Todos eles contribuíram para que pudéssemos fazer esse vento. O Diário de Manhuaçu também, que nos deu total suporte para que pudéssemos divulgar o nosso espetáculo. Nós só temos que agradecer a todos que contribuíram para que tudo isso fosse construído”.
Pollydiana também já adianta que devido ao sucesso do evento, já está planejando outro para a próxima semana. “E temos novidade para a próxima semana que é o FestDance Café com Dança, então vai ter um outro evento, pois foi tão sucesso este que nós vamos vim com FestDance Café com Dança daqui uma semana”.
Serviço
Espetáculo “Nossa Terra, Nosso Lar”
Dia: 5 de dezembro de 2020 (sábado)
Horas: 19 horas
Local: Youtube
Informações: (33) 9 8421 6943