
Diretora e vice diretora da APAC, Maria Imaculada e Dra. Denise são empossadas por juiz da vara Criminal da Comarca, Dr. Walteir Silva
Divulgação do índice de recuperação de 95% e busca por conselho da época de instalação da instituição ainda foram assuntos muito comentados na cerimônia
MANHUAÇU – Na tarde de ontem (25), ocorreu a cerimônia de posse da nova diretoria da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC) de Manhuaçu. O juiz da Vara Criminal da Comarca de Manhuaçu, Dr. Walteir da Silva, deu início a cerimônia e posse aos membros, eleitos no último dia 18.
A nova diretoria é composta pela assistente social e ex-vereadora, Maria Imaculada Dutra Dornelas como presidente; a advogada e presidente anterior da instituição, Dra. Denise Rodrigues de Oliveira como vice-presidente; o advogado criminalista, Dr. Roberto Gomes como primeiro secretário; Karen Aparecida Braga como segunda secretária; o diretor do asilo São Vicente de Paulo e militar, Rômulo do Carmo Rodrigues como tesoureiro; Leandro Satlher Campos como segundo tesoureiro; Diego Abineder como diretor de patrimônio; Yuri Daiberti como consultor jurídico e como consultores espirituais, padre José Evandro e Pastor Onésimo.
Segundo a nova diretora, Maria Imaculada, desde a fundação da APAC, em 2004, a consolidação da instituição sempre foi um grande desafio e agora o a meta é manter o índice, que é considerado alto nível nacionalmente e até internacionalmente, “Nós tivemos um grupo do Espírito Santo, juízes e desembargadores também que vieram para a APAC de Manhuaçu para conhecer o modelo. O presídio comum além de ter um custo muito maior para o Estado, não recupera praticamente ninguém. Hoje temos orgulho de dizer que a APAC de Manhuaçu hoje possuí um o índice de recuperação de 95%. Então hoje, nós, juntamente com o Dr. Walteir que abraçou a causa junto com a gente, o desafio é manter esse índice e ainda angariar novas conquistas. Algumas mudanças terão de ser feitas porque às vezes elas simplesmente devem acontecer”.
Imaculada destaca que a grande mudança que ocorreu com a eleição da nova diretoria é no conselho. “Houve um mudança grande, tanto na diretoria, quanto conselheiros, porque buscamos aqueles que participaram desde a fundação porque visamos resgatar desde a fundação até o presente momento, porque pessoas que participaram no momento difícil da fundação, devem voltar e viver a experiência desse excelente momento que a APAC está hoje, reconhecida no Tribunal de Justiça e como modelo internacional”.
Para Dr. Walteir, a expectativa é de que a nova diretoria continue com o excelente trabalho realizado e que a APAC continue crescendo e mostrando a sociedade que é possível a recuperação daqueles envolvidos em delitos. “A APAC tem dado cursos profissionalizantes, investindo em educação a fim de recuperar esses indivíduos. Com isso, a reincidência é quase zero, enquanto que no presídio o índice de reincidência ao crime é de 80%, na APAC é de 5% e aqueles que se envolvem em delitos, ainda são em delitos mais leves. E estamos todos empenhados na manutenção da instituição”.
O juiz destacou que várias empresas têm dado apoio aos recuperandos com a oferta de trabalho, mas que ainda é preciso de mais. Ele afirmou a importância do apoio da população para inseri-los no mercado de trabalho.
Apoiado no alto índice de recuperação dos condenados que cumpriram pena na APAC, Dr. Walteir rebateu críticas daqueles que são contra o modelo. “Para aqueles que têm uma resistência e acham que a instituição trata o preso de forma diferenciada e que preso deve ser maltratado, eu tenho a dizer que isso não existe. Na APAC ele cumpre pena da mesma forma, com a única diferença de que lá o condenado é tratado como ser humano. Ele tem a sua cama separada, suas roupas e toda a estrutura, que o presídio deveria dar e não dá, além de um tratamento humanitário. Isso é falta de conhecimento do trabalho desenvolvido lá, o dia que a pessoa visitar e conhecer, terá outra visão. Ela não tira nenhum requisito da pena, que é cumprida, mas de forma humana”, ressaltou.
Hoje a APAC possui 86 recuperando, mas com vagas para 120. Eles aguardam o tribunal liberar o restante das vagas, sobretudo no regime semi-aberto.