
Pensando em melhorar cada vez mais a qualidade do grão, aliando sustentabilidade com o meio ambiente e aumento de renda para o agricultor familiar, extensionistas da Emater percorrem toda a zona rural dos municípios da região e repassam conhecimento, experiências e novas tecnologias que podem ser utilizados pelo pequeno produtor
Baseados na sustentabilidade das lavouras, extensionistas percorrem área rural da região e auxiliam produtores de café em busca de melhor qualidade dos grãos
REDUTO – A colheita do café já é realidade desde maio na maioria das unidades produtoras da região. Neste período, o trabalho desenvolvido ao longo do ano é posto à prova nesta fase, pois não termina com a retirada do fruto da árvore. A partir daí começa um dos maiores desafios da cafeicultura: a pós-colheita, quando o produtor deverá garantir, por meio de processos que vão da secagem lenta do grão (café natural), a maior doçura, até processos mais complexos que antecedem a secagem, como o descascamento (cerejas descascados), mais equilíbrio à bebida.
Pensando em melhorar cada vez mais a qualidade do grão, aliando sustentabilidade com o meio ambiente e aumento de renda para o agricultor familiar, extensionistas da Emater percorrem toda a zona rural dos municípios da região e repassam conhecimento, experiências e novas tecnologias que podem ser utilizados pelo pequeno produtor.
Para conhecer melhor como é o trabalho da Emater-MG, em parceria com o agricultor familiar da região, a reportagem do DIÁRIO conversou com o extensionista há 41 anos, João Eudes de Resende. Ele visitou um sitio no Córrego dos Fagundes, em Reduto, e a nossa reportagem acompanhou o dia-a-dia do homem do campo e a sua realidade.

O trabalho da Emater-MG junto ao público também envolve visitas in loco, reuniões com grupos de agricultores familiares, atendimentos individuais nas propriedades, programa de qualidade de café, orientações sobre a cadeia produtiva, crédito rural, entre outros destaques
SUSTENTABILIDADE
De acordo com João Eudes, o trabalho da Emater-MG se baseia na sustentabilidade da unidade de produção (sítio, fazenda, etc). “Isso significa dizer que trabalhamos para manter uma boa relação com a preservação do meio ambiente (fauna, flora, matas, nascentes, solo e outros). Procuramos também agregar valor aos grãos para que os produtores consigam melhorar suas rendas. Afinal de contas, é da safra que ele tira o sustento da sua família. Por isso, tentamos fazer com que cada centavo investido na lavoura seja devidamente retornado em forma de lucro para o pequeno produtor”, explicou.
A metodologia de trabalho da empresa varia, de acordo com a realidade de cada região produtora de café. Este trabalho da Emater-MG consiste, por exemplo, na oferta de dicas sobre o ponto de colheita dos frutos nas lavouras, desta foram, colher o maior número de frutos maduros possíveis, entre outras orientações para utilização e economia de recursos. “A procura pela assistência já acontece naturalmente nos escritórios. Os técnicos são demandados e trabalham com os agricultores o ano todo. Recebem, inclusive, uma lista de verificação com recomendações prévias sobre os cuidados que se deve ter na colheita”, relatou João Eudes.
Os interessados em contar com o suporte e orientação para a cafeicultura precisam apenas procurar os escritórios da Emater-MG em seu município. A Emater-MG está pronta para atender os agricultores, com atenção a variados tipos de demanda”, aponta Julian. O trabalho junto ao público também envolve visitas in loco, reuniões com grupos de agricultores familiares, atendimentos individuais nas propriedades, programa de qualidade de café, orientações sobre a cadeia produtiva, crédito rural, entre outros destaques.
RECONHECIMENTO DO TRABALHO
O produtor de café Paulo Cesar de Souza se enquadra no típico agricultor familiar. Ele é cafeicultor há aproximadamente 15 anos e conta com o apoio da mulher e dos dois filhos para manter o negócio que sustenta a todos. E para melhorar cada vez mais a qualidade dos grãos, Paulo conta com o auxilio do extensionista João Eudes.
Paulo Cesar explica que a parceria com João Eudes é firmada desde 1998, quando ainda dava os primeiros passos na cafeicultura. Em seguida, em 1999, Paulo plantou os primeiros 3 mil pés de café e de lá para cá tem aumentado e melhorado a sua produtividade. “Hoje eu conto com quase 100 mil pés de café. Trocamos muitas experiências sempre. Acredito que é dessa forma que podemos conseguir a excelência do café, com grãos de melhor qualidade”, argumentou o produtor.
Nestes 15 anos como produtor familiar de café, Paulo revela que passou por muitas dificuldades, mas a insistência e apoio da esposa e filhos foram fundamentais para seguir em frente. “Se a gente não coloca Deus em primeiro lugar, tudo vai por água abaixo. Minha esposa e meus filhos também fazem parte deste processo, uma vez que somos agricultores familiares mesmo. Mas talvez uma das maiores dificuldades que temos é com o clima. Vejo muitos amigos perdendo grandes partes das lavouras por causa das baixas temperaturas, ou muita chuva”, disse Paulo.
Para se alcançar a excelência na produção de café, Paulo acredita que o processo é gradativo e deve ser feito com os pés no chão. “Você não consegue grãos de qualidade da noite para o dia. O João Eudes sempre tem falado conosco isso. Investir em tecnologia fica caro para o pequeno produtor, mas acredito que com união de vários agricultores familiares poderemos encontrar uma solução melhor. O que nos falta é mais união, buscar meios de investimentos juntos e não separados como temos feito”, concluiu Paulo Cesar.
DIA DE CAMPO
Nesta quarta-feira (8), a partir de meio-dia, a Emater-MG realiza “Dia de Campo” no sítio do casal Paulo Cesar e Aparecida, localizado Córrego dos Fagundes. Durante o evento, os participantes terão a oportunidade de conhecerem melhor sobre filtragem e reaproveitamento da água no processo de descascamento do café e procedimentos para uma secagem correta do café.
Serão palestrantes no dia o coordenador técnico regional da Emater-MG, Paulo Roberto Vieira Correa; o professor colaborador do Departamento de Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Juarez de Souza e Silva; pesquisador da Embrapa Café /Epamig (Viçosa), Sammy Fernandes Soares; e o pesquisador da Epamig Viçosa, Sergio Lopes Donzele.

Utilização do tanque de degomagem será uma das técnicas ensinadas no dia de campo desta quarta-feira (8)