MANHUAÇU – “Precisamos avançar em políticas públicas que igualem todas as raças”. Com essas palavras, o presidente da Associação do Movimento Cultural Negro de Manhuaçu, Marcos Antônio Cabral, cobrou do poder público mais apoio à sua causa. Neste sentido, foi realizada uma reunião com a participação de diversos segmentos da sociedade, na tarde desta sexta-feira (22). O objetivo foi traçar metas para o ano de 2015 e buscar recursos que viabilizem ações no dia 20 de novembro, data em que se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra.
Marquinhos, como é conhecido o presidente do Movimento Negro, afirma que além do recurso, faltam pessoas que realmente se interessem pela promoção da igualdade racial no município. “Contamos com verdadeiros parceiros, como a OAB Manhuaçu, os vereadores e outros segmentos da sociedade, mas ainda falta muito para avançarmos mais. É possível que tiremos, efetivamente, a Associação do papel e transformemos numa entidade ativa de verdade. Para isso, precisamos trabalhar em conjunto com os parceiros. Volto a frisar que ainda estamos muito aquém do que pretendemos quando o assunto é promoção da igualdade racial em Manhuaçu”.
A presidente da Comissão da Igualdade Racial da OAB Manhuaçu, advogada Ivanilda Maria Vergílio endossou o apelo feito por Marquinhos e informou que o papel da comissão é justamente chamar as demais entidades que militam no campo da promoção da igualdade racial para o diálogo. “É importante conhecer a realidade do Movimento Negro para, ai sim, iniciarmos um diálogo com os demais órgãos constituídos na sociedade. Devemos entender o que vem sendo feito quanto as políticas públicas para a partir daí podermos discutir meios de a entidade caminhar de forma mais sólida. A OAB é parceira nesta causa e cotamos com o respaldo incondicional do nosso presidente, Alex Barbosa de Matos”.
De acordo com o vice-presidente do Movimento Negro de Manhuaçu, vereador Cabo Anízio, o Poder Executivo tem destinada uma verba no valor de R$ 22 mil para a Associação. “Vamos nos mobilizar para resgatar esse dinheiro, através de projeto de lei. Sem este recurso, a entidade não consegue funcionar. Em novembro teremos um grande evento na cidade e a verba será muito bem aplicada. Vale lembrar que essa desigualdade é uma demanda de mais de 500 anos. Infelizmente, ainda vemos o racismo e o preconceito. Isso deve acabar. Estamos dando o primeiro passo ao promover ações em prol da igualdade racial, mas ainda precisamos avançar quanto às políticas públicas”.
Para o vice-presidente da Câmara, vereador Paulo Altino, as ações em favor da igualdade racial devem partir pelo Poder Executivo. “Conversando com o secretário de Trabalho e Desenvolvimento Social, Macilon Breder, ele já demonstrou interesse nisso. Antes de o prefeito encaminhar o projeto de lei, a entidade precisa dizer qual vai ser a previsão de gastos para 2016. A partir dai, com o PL já na Câmara, iremos apreciar e tratar das emendas, caso haja necessidade. Com certeza, precisamos avançar nessas políticas públicas, pois todos nós somos iguais etnicamente. Devemos fazer valer essa igualdade também no campo social e profissional, por exemplo”.