Sindicato começa a reunir reivindicações cinco meses antes da data-base fixada pelo Executivo
MANHUAÇU – Com a fixação da data-base, previsão de aumento para os servidores municipais, para janeiro de 2015, o Sindicato dos Servidores Municipais de Manhuaçu (SINTRAM) lançou nesta sexta-feira (26), a sua primeira campanha salarial. A proposta foi apresentada em uma reunião com diretores executivos e de núcleos do sindicato e tem o objetivo de reunir reivindicações dos servidores e apresentá-las ao Executivo com antecedência.
De acordo com Jaime Rodrigues, presidente do SINTRAM, essa campanha se faz necessária devido à defasagem salarial dos servidores municipais: já são 15 anos sem aumento de salário. “O que a administração repassa é o reajuste salarial, que não é um aumento real de salário”, explicou.
Jaime ressalta que a campanha será lançada a partir do mês de julho, dando um prazo de cinco meses, até janeiro de 2015, para que o Executivo se manifeste com um percentual de aumento a ser dado na data-base, reconhecida pelo próprio secretario de Administração. “Nós vamos passar durante esse período a real situação dos servidores, em termos de salário e condições de trabalho, para que o Prefeito tenha tempo suficiente para adaptar a realidade financeira do município e já projetar um aumento real de salário ao servidor público”.
O percentual de aumento pedida pelo sindicato também será definida posteriormente, após recolher propostas dos servidores em diversos setores. Com essas reivindicações será criada uma pauta, a qual deverá ser aprovada em assembleia geral, convocada a todos os servidores municipais.
Durante a campanha, outra situação, que será trabalhada pelo SINTRAM, será em relação às condições de trabalho atual dos servidores. Houve muitas queixas em relação à falta de recursos de trabalho, como falta de folhas de ofício para impressão de provas em algumas escolas, outros setores com servidores que não tem uniforme, entre outros. “Estamos nos referindo a estrutura de trabalho e nesse ponto também serão colhidas propostas dos servidores para repassar todas as reivindicações ao Prefeito”, pontuou o presidente.
Além de reclamações quanto a estrutura de trabalho, ainda tem algumas situações que são reivindicações antigas e que poderão entrarão na pauta, como plano de saúde; insalubridade, o SAMAL recebe, mas outras categorias que teria direito ainda não; entre outras. Segundo Jaime, serão eleitas as demandas prioritárias e estas apresentadas ao Executivo, para que o Prefeito atenda conforme as condições e as que não forem possíveis neste momento, pelo menos, que ele dê uma previsão para o servidor.
PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS
A reunião abordou também a atual situação do plano de cargos, carreiras e salários. Nesta quinta-feira (25), os representantes do sindicato na Comissão que trabalha o plano informaram sobre o pronunciamento do secretário de administração, João Batista Hott, que numerou várias situações que levam a Prefeitura em optar por fazer um ajuste na Lei 2.418 /2004, que trata do plano de cargos e salários, sob a alegação de falta de recursos financeiros.
“Essa lei tem uma peculiaridade, sempre quando ela é para prejudicar o servidor, ela é utilizada; quando é para beneficiar, não tem validade. Então agora nós temos que saber o que a administração vai utilizar dessa lei e quais serão essas melhorias. A verdade é que, o que seria melhor, é o plano de cargos e salários, mas se eles querem aproveitar a lei e apenas ajustar, não vejo dificuldades, desde que o servidor esteja também de acordo com essa colocação”, ressaltou Jaime.
Para o presidente, o anúncio de falta de condições financeiras da Prefeitura não convence. Ela destacou que meses atrás, a situação repassada ao sindicato era outra, era que a situação financeira era excelente. “O que abordamos na reunião de hoje é se essa situação está tão complicada financeiramente, por que a Prefeitura está gastando dinheiro em algumas coisas supérfluas? Vamos encaminhar sugestões como fusões de Secretarias; alguns cargos comissionados utilizando celulares corporativos sem necessidade; compra de grama sintética para o Estádio JK, como me foi confidenciado pelo secretário de Esportes; compra de veículos em excesso, sendo que nem tem motorista para dirigi-los; entre outros gastos que vemos como supérfluos. O que nós estamos questionando não são os gastos da Prefeitura, mas sim o fato de ela ter dinheiro para realizá-los e alegar dificuldades financeiras para os servidores. Queremos que esse gasto também seja repartido com o servidor público”, pontuou.