Artigo

ISRAEL E PALESTINOS – UMA LONGA GUERRA

Ildecir A.Lessa

Advogado

 

Nos registros da história, o confronto entre judeus e palestinos remonta aos anos 40, naquela época, as tensões entre os dois povos aumentaram quando a comunidade internacional deu ao Reino Unido a tarefa de estabelecer um “lar nacional” na Palestina para o povo judeu ao fim da 2ª Guerra Mundial. Durante esse confronto, ocorreu o chamado Holocausto – o assassinato em massa de milhões de judeus. O Reino Unido havia tomado o controle da área conhecida como Palestina depois que o Império turco Otomano, fora derrotado na 1ª Guerra Mundial e posteriormente desmembrado. Ou seja, os palestinos passaram do domínio turco otomano para o domínio britânico. Contudo, mais precisamente ainda no Século XX, pelo plano de partilha da ONU, na fundação do Estado de Israel, em 1948, Jerusalém deveria ser dividida em duas partes, o lado oriental, palestino, e o lado ocidental, israelense.

Em 1870, a Palestina ainda estava sob domínio do Império Turco Otomano. No ano de 1948, após a fundação do Estado de Israel, o país foi atacado pelos vizinhos árabes. Israel ganhou a guerra, mas a Jordânia acabou ocupando a parte oriental de Jerusalém. Israel ocupou Jerusalém Oriental em 1967, onde começou um grande litígio israelenses e palestinos. Em 1982, os tribunais israelenses decidiram a favor da adoção de um acordo entre os arrendatários palestinos e os proprietários judeus. Esse acordo estabeleceu que os inquilinos palestinos tinham “arrendamentos protegidos” sob a lei israelense, mas que os proprietários ainda manteriam a posse da terra. Mas agora, judeus ganharam no tribunal de Israel o direito de reaver suas propriedades. Há décadas, israelenses têm ocupado áreas em territórios palestinos por meio dos chamados assentamentos, tanto em Jerusalém Oriental quanto na Cisjordânia. Pelo plano da ONU, a área conhecida como Palestina, que estava sob domínio britânico na época, deveria ser dividida entre o que viria a ser o Estado de Israel e a Palestina.

A grande maioria desses assentamentos é considerada pela ONU uma violação das leis internacionais. Israel defende as iniciativas argumentando que representam uma estratégia de defesa de sua integridade, e não uma tentativa de minar a soberania palestina. Isso tornou uma ferida aberta no coração do Oriente Médio, que gera ódio e ressentimento que atravessa não apenas os anos, mas gerações.

Nas últimas semanas houve a violenta repressão de palestinos por parte da polícia israelense durante o Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos, culminando com o uso de gás lacrimogênio e de granadas dentro da mesquita de al-Aqsa, o lugar mais sagrado para os muçulmanos depois de Meca e Medina. Os palestinos protestavam em solidariedade às famílias ameaçadas de despejo. Foi então que o Hamas, o grupo extremista palestino que controla a Faixa de Gaza, resolveu dar um ultimato a Israel para remover suas forças do complexo de al-Aqsa e de Sheikh Jarrah. Israel não acatou a ordem, e o Hamas então começou a disparar foguetes contra cidades israelenses. Até hoje, o Hamas considera os israelenses invasores, não só das áreas consideradas ocupações ilegais, mas de todo o território, e defende a destruição total de Israel, mas não tem poder de fogo para tal. As dezenas de foguetes são quase todos interceptados pelo poderoso sistema israelense de interceptação de mísseis, chamado Domo de Ferro.

De esclarecer que, a chamada Faixa de Gaza é uma estreita faixa de terra localizada na costa oriental do Mar Mediterrâneo. Faz fronteira com Israel no leste e no norte e com o Egito a sudoeste. O território tem 41 quilômetros de comprimento e apenas de seis a 12 quilômetros de largura, com uma área total de 365 quilômetros quadrados. Mas sua população é de cerca de 1,9 milhão de pessoas, o que a torna um dos territórios mais densamente povoados do planeta. Tem nesse território, o Hamas. O Hamas é o maior dentre diversos grupos de militantes islâmicos da Palestina. O nome em árabe é um acrônimo para Movimento de Resistência Islâmica, que teve origem em 1987 após o início da primeira intifada palestina, ou levante, contra a ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.

Em seu estatuto, o Hamas se comprometeu com a destruição de Israel. Todo o mundo assistiu o intenso combate nessa área de conflitos, mas aconteceu uma trégua que teve início às 2h da manhã de sexta-feira (21) no horário local (20h de quinta em Brasília) e foi mediada pelo Egito — com participação importante também do Qatar e das Nações Unidas. Em nota, o gabinete de segurança de Israel afirmou que o acordo “bilateral e incondicional” foi acatado por unanimidade em uma reunião com militares e membros do alto escalão do governo. Militantes palestinos atuando em Gaza, sobretudo o Hamas e a Jihad Islâmica, também confirmaram o cessar-fogo. Parece então, que essa longa guerra, de longo tempo iniciada deu uma trégua.

Diário de Manhuaçu

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