Ao observarmos a geração atual, a famosa “Geração Z”, nos deparamos com muita inquietação. Nascidos entre 2000 a 2010, esses jovens são moldados por uma era de inovações tecnológicas, redes sociais e uma conectividade sem limites. No entanto, essa mesma conectividade, que promete aproximação e liberdade de expressão, muitas vezes resulta em um paradoxo: uma geração que está constantemente online, mas se sente isolada e sozinha.
As diferenças entre a Geração Z e as gerações anteriores, especialmente os “millennials” (nascidos entre 1982 e 1994) e os “baby boomers” (nascidos entre 1945 e 1964) são evidentes. Enquanto as gerações passadas foram forjadas em um contexto de grandes mobilizações, conflitos e relações interpessoais, a geração atual é marcada por um ambiente onde a comunicação é rápida, mas superficial, e as relações muitas vezes são mediadas por telas.
Lembro-me das brincadeiras nas ruas, de soltar pipa no final da tarde e jogar bola nos finais de semana. Antigamente, as mães puxavam a orelha dos filhos para que voltassem para casa; hoje, as mães puxam os filhos pela orelha para que saiam de casa: “VAI VIVER, MEU FILHO, SAI DESSE CELULAR!” A Geração Z, por sua vez, parece estar vivendo em um mundo paralelo, onde nada parece “real”.
Se, para as gerações anteriores, a televisão, os jornais e os livros eram as principais fontes de conhecimento e entretenimento, a Geração Z cresceu imersa nas redes sociais. A velocidade com que as tendências surgem e desaparecem, e a busca incessante por novos conteúdos, revelam dois grandes problemas gerados por esse imediatismo. O primeiro é que a rapidez na criação e disseminação de informações pode resultar em fake news, não por incompetência, mas por que as informações precisam ser apuradas com cuidado e tempo, o que muitas vezes não é possível devido à pressão. O segundo ponto é o aumento da ansiedade, esquecemos que muitas vezes a experiência da vida exige tempo, para aprender, crescer, refletir e, principalmente, viver de forma plena. Tudo no mundo exige tempo, mas estamos vivendo como se estivéssemos em um metaverso, onde tudo é instantâneo e imediato.
Encerro me questionando: será que existe uma geração que vive ou viveu corretamente?
- João Paulo Freitas