Artigo

Luz No Fim do Túnel – O Credo De Um Aflito

A volta à normalidade – como deve ser? Saudades de um tempo que não voltará mais…

Pessoas, seres humanos iguais a você e a mim, não têm um pingo de escrúpulos, e no meio do sofrimento, da dor alheia, maquinam o mal contra o próximo, roubam o dinheiro destinado para o bem, para o tratamento dos doentes, para o alívio do pobre, para o sustento do faminto!?

São, para qualquer pessoa com um pouquinho de senso de vergonha e de honra, situações inimagináveis! Como seria a mente, os pensamentos de tais criminosos?

Onde está sua humanidade, seu senso de pertencer a uma civilização que avança que faz progresso, e inclusive, em breve terá descoberto o antídoto contra esta doença mortal?

Foi com pensamentos assim que iniciei esta reflexão para hoje. E fui dirigido – após folhear o livro de Salmos – ao Salmo de número 10. Parece que havia sentimentos e reações semelhantes às nossas diante do estigma da corrupção e escárnio do próximo que está sendo revelado aos poucos novamente, e que provavelmente esteja acontecendo bem perto de nós, ali onde os auxílios são repassados, ali onde a esperança do pobre e do doente poderia ser nutrida, e tornada uma ajuda real e verdadeira.

Versos 2 e 3 iniciam a preocupação do salmista com a crueldade e maldade do explorador dos necessitados:

Em sua arrogância o ímpio persegue o pobre,
que é apanhado em suas tramas.
Ele se gaba de sua própria cobiça
e, em sua ganância, amaldiçoa e insulta o Senhor.

Claro, o infeliz inescrupuloso não sabe que está sendo visto – nada está escondido diante dAquele que é a Verdade, e que nos leva a toda a verdade.

Por isso, na sua burrice e loucura, acha que sua esperteza lhe basta. Vejamos como continua o descortinamento do espertalhão (versos 4-11):

Em sua presunção o ímpio não o busca;
não há lugar para Deus em nenhum dos seus planos.
[Para ele]Os seus caminhos prosperam sempre;
tão acima da sua compreensão estão as tuas leis
que ele faz pouco caso de todos os seus adversários,
pensando consigo mesmo: “Nada me abalará!
Desgraça alguma me atingirá, nem a mim nem aos meus descendentes”.
Sua boca está cheia de maldições, mentiras e ameaças;
violência e maldade estão em sua língua.
Fica à espreita perto dos povoados; em emboscadas mata os inocentes,
procurando às escondidas as suas vítimas.
Fica à espreita como o leão escondido; fica à espreita para apanhar o necessitado;
apanha o necessitado e o arrasta para a sua rede.
10 Agachado, fica de tocaia; as suas vítimas caem em seu poder.
11 Pensa consigo mesmo: “Deus se esqueceu; escondeu o rosto e nunca verá isto”.

Aí, nos vem o pensamento: O que nos resta fazer, diante de tanta astúcia, dissimulação, e fingimento? O salmista continua, mas agora se volta para dentro, para sua fé, para sua confiança, para a Rocha na qual ele tem confiado (aliás, Davi, o autor do poema, teve muitas experiências amargas, tipo traição, ataques pelas costas, etc. e etc. – mas não se envergonhou NUNCA de dizer, alto e bom som, quem era a sua defesa!):

12 Levanta-te, Senhor! Ergue a tua mão, ó Deus!

Não te esqueças dos necessitados.

 

E declara – antes mesmo de qualquer mudança – mas baseado em suas experiências passadas com o seu Deus e Protetor,

14 Mas tu enxergas o sofrimento e a dor; observa-os para tomá-los em tuas mãos.
A vítima deles entrega-se a ti; tu és o protetor do órfão.
15 Quebra o braço do ímpio e do perverso, pede contas de sua impiedade
até que dela nada mais se ache.

16 O Senhor é rei para todo o sempre; da sua terra desapareceram os outros povos.
17 Tu, Senhor, ouves a súplica dos necessitados; tu os reanimas e atendes ao seu clamor.
18 Defendes o órfão e o oprimido, a fim de que o homem, que é pó, já não cause terror.

 

———

Notícia boa que recebi ontem de Atlanta, onde moram nossos filhos. Ela é a capital da Geórgia, o estado sulino que foi o primeiro a voltar “à normalidade” (há algumas semanas) mesmo em meio a muitos casos de infectados, e com um bom número de vítimas da doença.

Mas o Governador, num ato de coragem, e de exemplo de liderança, conclamou o povo para levar a sério as medidas CONTRA a doença maldita. As medidas são as mesmas que nós temos aqui no Brasil: HIGIENE (lavar as mãos bem, não espirrar ‘pelo mundo afora’ mas num lenço ou na manga da camisa), uso da máscara (PARA O BEM DO PRÓXIMO, mesmo os da própria casa), E evitar sair, estar em aglomerações (ISOLAMENTO), só em caso de urgência ou extrema necessidade.

Coisa boa é que o POVO está obedecendo e a curva da desgraça está diminuindo, graças a Deus, e ao espírito nobre, humilde, acessível da grande maioria da população.

Francamente, queria aconselhar humildemente que nós todos aqui em nossa região, continuemos a fazer o que é certo. Ninguém sabe se está infectado, ou se é portador do praga cruel. Por isso, não vamos nos descuidar.

MÃES, vocês que são tão fortes em sua influência sobre seu filho, sua filha – falem com eles com carinho, mas firmeza, e com o seu próprio exemplo. Pra que depender das autoridades para algo tão claro e lógico, e que é para o BEM, a preservação da vida, e da família?

E PAIS, por favor, saiam de suas manias de serem fortes, imbatíveis, e DÊEM O EXEMPLO – menos mostra de força, mais respeito à realidade da doença, da morte! Ações que mostrem sua humanidade, fragilidade, dependência dos outros, de Deus!

E JOVENS – vocês querem viver mais tempo, o tempo TODO que o Criador determinou para vocês? Ou vocês desejam – por causa de coisículas IMEDIATAS, passageiras, até supérfluas – acabar com suas vidas e a dos seus amigos? Por quê? Por causa da PSEUDOnecessidade de fazer festa, para estar com amigos, etc.?

Padres, pastores, líderes de comunidades: É – MAIS DO QUE NUNCA – TEMPO DE CONFIAR EM DEUS, E DEMONSTRAR ISSO DIANTE DO NOSSO POVO. Como? De forma humilde, com atos concretos de ajuda, inclusive abrindo “os tesouros da casa de Deus” (creio que vocês entendem muito bem o que Deus quer), para suprir a necessidade do povo que está necessitado, que sofre na mão do opressor, e que clama pela ajuda do Altíssimo? Lembremos que a generosidade pode bem – e deveria – ser a tônica destes dias.

Creio que é tempo de virada de mesa, e começa conosco, AQUI E AGORA. Daí – mais cedo que tarde – veremos a luz no final do túnel.

Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – rudi@doctum.edu.br

Diário de Manhuaçu

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