
Promotor de justiça, Dr. Renan Cotta, e juiz, Dr. Marco Antônio Silva, aguardam
questionamento do júri ao réu
Comerciante foi morto em 2010, em Santana do Manhuaçu; na época a viúva alegou que crime teria ocorrido devido a uma dose de cachaça
MANHUAÇU – Mais uma condenação no segundo dia de júri popular desta semana, no Fórum desembargador Alonso Starling. Na tarde de ontem (10), o lavrador Ezequias da Silva Martins, foi condenado a 13 anos de prisão, em regime fechado, pela morte do comerciante Adão Ferreira Ferreira Sobrinho e por lesão corporal contra a esposa da vítima, dona Terezinha Lucas Ribeiro. O crime ocorreu em novembro de 2010, no bairro Nossa Senhora Aparecida, em Santana do Manhuaçu. O réu tem o direito de recorrer em liberdade.
A sessão foi presidida pelo juiz, Dr. Marco Antônio Silva, e teve como representante do Ministério Público, o promotor de justiça, Dr. Renan Cotta, que pediu a condenação do réu com duas qualificadoras: crime por motivo fútil, isto é, devido a recusa da vítima em vender bebida alcoólica para o réu; e por recurso que dificultou a defesa da vítima.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Ezequias teria ido até o bar de Adão, onde ele estava com sua esposa e amigos. Ele teria iniciado uma discussão com um dos presentes, José Maria, e, em seguida, pediu para entrar e para consumir bebida alcoólica no bar.
Com a recusa do dono do estabelecimento, Ezequias teria entrado pelos fundos do bar e, com uma pedaço de madeira, dado golpes na cabeça da vítima. Sua esposa, na tentativa de intervir, também foi atingida, chegando a ser internada com risco de morte.

Advogado de defesa, Dr. Roberto Gomes, durante
questionamento à réu; juiz observa ao fundo depoimento
prestado
A defesa teve como tese principal a legítima defesa do réu, que chegou a ser atingido com um tiro na mão pelo comerciante. Segundo o depoimento de Ezequias, ele teria ido até o bar e discutido com José Maria, seu antigo empregador, devido a problemas relativos ao seu trabalho num terreiro de café.
Após a discussão, Ezequias saiu do bar e foi até sua casa. Ele voltou ao bar para tentar se entender com o rival, entrando no estabelecimento pela porta da frente. Neste momento, Adão interferiu, efetuando um disparo de arma de fogo, que acertou a mão direita do acusado. Para se defender, ele pegou um pedaço de madeira, que estava no loca, e acertou golpes na vítima, não se recordando quantas vezes, o homem teria sido atingido e nem de como veio a lesionar dona Terezinha, mas acredita que ela tenha se machucado ao tentar separá-los.
Após votação dos jurados, Ezequias foi condenado pelos dois crimes: a morte de Adão, com a qualificadora, de crime por motivo fútil, aceita; e a agressão contra Terezinha. Em seguida, o juiz, Dr. Marco Antônio, leu o veredicto e estipulou a pena mínima ao réu: 12 anos pelo crime de homicídio qualificado e um ano pelo crime de lesão corporal, totalizando 13 anos em regime fechado.
Ezequias poderá recorrer em liberdade e a Defesa já demonstrou interesse em entrar com o recurso contra o veredicto. Réu primário, com bons antecedentes e por se apresentar espontaneamente à justiça, o acusado não chegou a ficar preso.
O CRIME
No dia 08 de novembro de 2010, Ezequias da Silva Martins, na época com 30 anos, teria assassinado, a pauladas, o comerciante Adão Ferreira Sobrinho, o Adão do Nadim.
A companheira de Adão, dona, Terezinha Lucas Ribeiro, que estava no bar e também foi agredida., contou aos policiais que Ezequias chegou ao bar e exigiu que Adão lhe vendesse uma dose de cachaça, mas o comerciante se recusou. O lavrador, então, pegou um pedaço de madeira que é usado para trancar as portas do bar e começou a golpear a cabeça de Adão.
Depois de matar o comerciante, o Ezequias fugiu e Terezinha foi socorrida para a Unidade de Pronto Atendimento de Manhuaçu.
Na casado acusado, na época, seu padrasto alegou que ele tinha sido ferido, em uma das mãos, por causa de um tiro dado por Adão. A arma não foi encontrada.