Suspeita mantinha seis internos no local sem condições adequadas, investigações apontam que ela recebia aposentadorias e induzia pacientes a realizar empréstimos
MANHUAÇU – Na tarde de ontem (11), Jaqueline Soares Belga Miranda, de 49 anos, foi presa em um cumprimento de mandado de prisão. Investigações apontam que ela mantinha um manicômio clandestino em sua residência, localizada na rua Esmeraldas, em Realeza, distrito de Manhuaçu. Ao todo seis pessoas estavam internadas na suposta clínica.
De acordo com o delegado de Abre Campo, Carlos Roberto de Souza, a mulher foi presa em decorrência de um furto ocorrido em 2013, na cidade de Abre Campo, e essa semana, a inspetoria da Polícia Civil identificou que havia um mandado de prisão para ela, expedido pelo juiz de Abre Campo.
Além do furto, havia a suspeita de um estelionato contra a mulher,ainda sob investigação. Ela teria induzido um casal de idosos a realizar um empréstimo, no valor de R$ 7 mil, dinheiro esse que ela teria se apropriado. “Ao chegarmos para cumprir o mandado de prisão preventiva nós identificamos também que aqui funciona uma espécie de manicômio clandestino, o que ainda pode configurar mais de um crime por parte dela, que irá depender da investigação”, destacou o delegado.
Segundo o delegado, com as investigações apontando para a existência do manicômio clandestino, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) foi acionado, momento esse em que a PC ainda tomou conhecimento de que existe uma decisão do Tribunal de Justiça já proferida e publicada, em agosto deste ano, onde determina a intervenção do município no local.
“Tudo indica que é um manicômio clandestino, isto é, essas pessoas estão aqui de forma irregular e pagando por isso.Eles estão aqui sem qualquer acompanhamento médico ou de profissionais de saúde. Além de tudo, ainda podemos identificar, com base em alguns documentos que ela nos entregou, que ela também faz empréstimos em nome desses internos. Diante do indicio, ela será encaminhada para a Delegacia, vamos analisar a documentação para saber se há ou não a ocorrência de um novo crime por parte dela, incluindo talvez o cárcere privado dessas pessoas”, explicou Carlos Roberto.
Representando o município, os representantes do CREAS, o advogado Wagner Caldeira e a assistente social Gleiciane Póvoa Garcia, acompanharam o trabalho da PC.
“Nós fomos acionados tendo em vista que a casa teria seis pessoas incapazes, a maioria com comprometimentos mentais. O CREAS já atuava nesse caso quando recebemos uma denúncia de que essas pessoas estavam aqui de forma irregular, então desde então tomávamos as providências no âmbito administrativo e judicial. Cinco desses indivíduos recebem benefícios, que ficavam com ela, inclusive os cartões e documentos de posse dela. Apuramos até o