Foi constatado que em 36 horas, um motorista abordado havia descansado apenas quatro
CARATINGA – A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está realizando a Operação Desacelera 2025, uma ação estratégica de segurança viária, em diversas regiões de Minas Gerais. As atividades priorizam as fiscalizações de velocidade e alcoolemia, fatores que mais contribuem para a gravidade dos acidentes.
Minas Gerais, que possui uma das maiores malhas rodoviárias federais do país, registrou 2.667 sinistros graves em 2024, destacando-se entre os estados com maior número de acidentes. Com base em dados estatísticos, a PRF identificou os trechos mais críticos para direcionar ações de fiscalização intensiva e conscientização de condutores.
REGIÃO DE CARATINGA
De acordo com o inspetor Luiz Tarcízio, na região de Caratinga, do KM 510 ao KM 540 da BR-116, que é de Ubaporanga a Santa Bárbara do Leste existe um alto índice de acidentes. “Com isso a PRF trouxe de outros estados, aqui para Caratinga, por exemplo, nove policiais para intensificar a fiscalização nesse trecho. Aqui nós temos policiais de Pernambuco, de Santa Catarina, do Paraná, e de São Paulo, que estão nos auxiliando nesses dias, e a gente está constatando várias irregularidades durante esse período de fiscalização. Nós temos flagrado veículos com excesso de peso, em mau estado de conservação e motorista que não cumpre a lei do descanso”, explicou Tarcízio.
Nessa sexta-feira (7) a PRF abordou em Caratinga, um caminhão que estava vindo de Pernambuco com destino ao Rio de Janeiro, transportando caprinos. Foi constatado que nas últimas 36 horas, o motorista havia descansado apenas quatro. “Pela lei do descanso, o motorista, a cada 24 horas, tem que estar parado 11 horas. Então olha o risco que o usuário da estrada corre com o motorista que não descansa adequadamente. É um risco enorme, porque os reflexos dele já não são os mesmos”, afirmou o inspetor da PRF.
Durante a semana várias irregularidades foram encontradas pela PRF, como um veículo que transportava chapas de granito e não tinha a menor condição de segurança para seguir a viagem. O motorista não tinha o curso de cargas indivisíveis, além do assoalho da carroceria estar cheio de buracos. “O risco da carga cair era muito grande, por isso o veículo foi retido. Uma outra situação foi um veículo transportando coco. A carga estava toda estufada para as laterais, o motorista tentou fazer uma gambiarra para amarrar essa carga para evitar que ela caísse. E ele já tinha alegado para a gente, quando nós abordamos, que jogou durante a viagem mais de 100 cocos para poder tentar normalizar a carga. E mesmo assim ele estava seguindo a viagem, porque segundo ele o patrão assim determinou. Então a gente vê que há várias situações de insegurança no trânsito. A PRF está fiscalizando isso justamente para a gente evitar um mal maior. Além do veículo estar com a carga irregular, o motorista fez um aumento de molas e colocou calços na bolsa de ar. No mesmo dia nós abordamos sete carretas de 30 metros, todas elas com excesso de peso. O veículo com excesso de peso acaba perdendo a sua condição de segurança, porque muda o centro de gravidade do veículo, e traz danos para a pista. Ele tem um tempo de reação na frenagem maior, porque ele estando pesado ele não tem condições de parar naquela distância que regularmente, se ele tivesse um peso normal teria”, concluiu.
- Nas últimas 36 horas, o motorista desse caminhão havia descansado apenas quatro
- Inspetor Luiz Tarcízio
- Carga de coco estava estufada para as laterais