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UM NOVO OLHAR NO MERCADO DO CAFÉ

Cintia de Matos Mesquita, presidente da IWCA, e Eleonora Maira Justiniano Vargas, presidente da Aciam Mulher, destacam a força feminina na cafeicultura

MANHUAÇU – A mulher entrou com força no mercado do café nos últimos anos. Ela tem o chamado ‘novo olhar’. Para entendermos todo esse processo, o DIÁRIO entrevistou Cintia de Matos Mesquita, presidente da IWCA, e Eleonora Maira Justiniano Vargas, presidente da ACIAM Mulher.

IWCA
O amor pela plantação, o tratamento dos grãos do terreiro e a comercialização resumem características particularmente femininas no mercado do café. E Cintia de Matos Mesquita, presidente da Aliança Internacional das Mulheres do Café (em inglês, IWCA – International Women’s Coffee Alliance), personifica o que foi dito nestas primeiras linhas. “Realmente estamos aqui para o Brasil e para o mundo onde estão as mulheres na cafeicultura”, diz a presidente, apresentando sua principal intenção.
Ela explica que a participação das mulheres na cafeicultura existe desde que os primeiros pés foram plantados aqui no Brasil. “Hoje a IWCA do Brasil vem para dar visibilidade a esse trabalho, e ligar os setores, a importância de todos os setores da cafeicultura conversarem. Então esse é realmente o papel das mulheres, ou seja, fazer uma nova gestão, trabalhar uma cafeicultura que está um pouco diferente da cafeicultura dos nossos avós. Hoje temos uma cafeicultura mais sustentável, dando maior rentabilidade, maior equidade. No caso da agricultura familiar principalmente, não trabalhar essa cafeicultura de porteira fechada, tem que ter toda organização que se pede, caso contrário, não vai ser rentável. Então esse é o papel das mulheres, poder verificar esse novo e organizar esse processo”.
Cintia de Matos Mesquita pondera que as mulheres estão ganhando mais visibilidade na cafeicultura. “A representatividade do sexo masculino era muito individual. Então hoje as mulheres estão para mostrar esse diferencial, que é o trabalho da agricultura familiar, mostrar que ela não está à frente, mas do lado. Na verdade é uma parceria com o marido, com os filhos, com quem trabalha junto deles. Então é de fundamental importância que as mulheres mostrem o que é realmente a agricultura familiar”.
Em novembro último aconteceu a Semana Internacional de Café (SIC), em Belo Horizonte. Para finalizar, a presidente da IWCA fez um balanço da participação feminina neste grande evento. “É marco para nós, um nicho de oportunidades, realmente onde tudo acontece, onde todos os setores se encontram. Ali há o encontro de regiões, de países. Então esse ano, por exemplo, foi um sucesso. A organização da SIC de 2019 está realmente de parabéns, porque eu acompanho isso desde Espaço Café Brasil em São Paulo, mas esse ano comercialmente foi muito bom. As ligações de todos os setores também foram muito boas e o evento das mulheres trouxe o emaranhado de oportunidades. Então só temos que agradecer mesmo a Semana Internacional do Café, porque realmente é garantia de sucesso para nós”.
ACIAM MULHER
Eleonora Maira Justiniano Vargas preside a Associação Comercial, Industrial e de Agronegócios de Manhuaçu/Mulher (ACIAM Mulher. Ela comenta que o comércio de Manhuaçu depende muito da agricultura, obviamente o café. “Quando nós fortalecemos essa cultura do café, quando nós trazemos o mundo para olhar pro café de Manhuaçu e de toda a nossa região, isso fortalece toda a nossa economia. Não só do município de Manhuaçu, mas também da região. Então está aí a grande importância de nós valorizamos esse produto, trazemos o valor devido, e produzir um café de qualidade, um café onde as pessoas lá fora vão conhecer o nosso café de Manhuaçu, como já é reconhecido, e como também era já é reconhecido na nossa região. Nós podemos fazer, depende de nós a qualidade do café, depende de pouco de sacrifício a mais do produtor. Que ele consiga produzir um café de qualidade, trazendo valor para esse produto, mais uma vez gerando riqueza”.
Ainda sobre este ganho, Eleonora acrescenta: “Porque quando nós temos uma grande fonte de riqueza de emprego que é o café, que são as indústrias aqui, o comércio, exportação, isso gera emprego e traz muito valor para o nosso município”.
A respeito do papel da mulher neste setor, Eleonora ressalta que o olhar feminino enfim ocupou seu devido lugar. “Antes a mulher ficava ajudando o marido, mas sempre atrás, mas hoje a mulher alçou um voo bem mais alto, atingindo assim o seu lugar. Hoje já existem cafés que são produzidos somente por mulheres. Já existe aí MUC, a IWCA, que são os cafés produzidos por mulheres, esses cafés têm valores especiais, não por serem produzidos por mulheres, mas pela qualidade que as mulheres incrementaram no café, o que faz valorizar ainda mais a nossa cultura cafeeira”.

Diário de Manhuaçu

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