Quero iniciar hoje algumas considerações sobre os valores que são reconhecidos em nossa sociedade.
Começo pela honestidade:
Ela é um valor universal, mas – como poderemos constatar mais adiante – sua expressão pode variar entre culturas e contextos sociais.
No Antigo Testamento, a honestidade é um princípio fundamental, expressa em mandamentos como “Não furtarás” e “Não dirás falso testemunho”. Esses preceitos revelam a importância de um caráter íntegro, não apenas diante dos homens, mas também perante Deus, que vê o coração.
A tradição judaico-cristã coloca a honestidade como um reflexo da santidade de Deus – ele é a verdade absoluta.
No entanto, precisamos reconhecer que nem todos foram criados em ambientes onde a honestidade é incentivada ou exemplificada. Em algumas culturas, por exemplo, pode haver uma ênfase maior na honra familiar ou na sobrevivência econômica, que às vezes justifica mentiras ou omissões.
Isso não significa, porém, que essas culturas desprezem a verdade, mas sim que a complexidade da vida muitas vezes leva as pessoas a decisões difíceis.
Pensemos em uma criança criada em um lar onde a necessidade econômica é extrema. Essa criança pode aprender cedo em sua vida que pequenas mentiras ou enganos são necessários para garantir o pão de cada dia. Agora, considere alguém – uma pessoa de alto nível, por exemplo – que, entretanto, manipula dados para obter ser reconhecido (diploma falso?) ou financiamento. Em ambos exemplos, de maneiras diferentes, o princípio da honestidade é violado.
Contudo, aqui entra um detalhe muito importante: a compaixão. Ela nos convida a olhar além do erro em si e entender as circunstâncias que moldaram essas escolhas.
A honestidade deve ser buscada por todos, desde o mais humilde até o mais bem-sucedido.
Cabe, no entanto – ao ensinar e promover a honestidade – é essencial fazê-lo com graça e compreensão. Em vez de julgar rapidamente, precisamos oferecer apoio para que as pessoas possam reavaliar seus valores e atitudes.
Por outro lado, para aqueles que nunca tiveram um exemplo forte de honestidade, nós mesmos poderemos nos tornar esse exemplo, mostrando que é possível viver uma vida íntegra, mesmo quando as pressões são grandes.
Que a honestidade seja um farol, não apenas de moralidade, mas de amor e respeito pelo próximo!
Que possamos ser pacientes e compassivos, ajudando uns aos outros a crescer na verdade, reconhecendo que todos somos companheiros numa mesma jornada!
Rev. Rudi Augusto Kruger – Diretor, Capelão
Faculdade Uriel de Almeida Leitão