Vendas pela internet crescem no Brasil em 2020

País tem 1,3 milhão de lojas online

DA REDAÇÃO – Comércio eletrônico cresce 40,7% no Brasil este ano, é o que revela a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (26) pelo Big Data Corp. e pelo PayPal. A pesquisa que é realizada desde 2015, fala que com a expansão, o país tem 1,3 milhão de lojas online. Em 2019 o setor cresceu 37,6%, enquanto no ano anterior, foi 12,5%.

As lojas de pequeno porte representam quase metade deste total, em 2019 eram 30%. Destas lojas, 92% não possuem sede física e 52,63% não tem empregados. A pesquisa também mostra que 8,4% do total de sites no Brasil são de ecommerce. Em 2019 era de apenas 7%, há cinco anos era de 2,6%.

Minas é responsável por 6,2% do total de lojas online no país, São Paulo lidera com 59%, seguido do Rio de Janeiro com 7%. A pesquisa se deu por meio de captura de dados da internet de visita a mais de 28 milhões de sites, colhidos na primeira semana de agosto de 2020, feita pelo BigData Corp.

Para Léo Pazelli, administrador da Cirúrgica Saúde Online, que vende artigos para área da saúde, com sede em Manhuaçu, o setor cresceu somente este ano o que não havia crescido em sete anos, e que neste momento da pandemia do novo Coronavírus, as pessoas passaram a comprar mais pela internet por isso o setor cresceu tanto este ano. “Muitas empresas que nem pensavam em ir para a internet tiveram que ir, devido as restrições no comércio”. Ele ainda completa que o momento foi bom para o ecommerce, “pois todos começaram a divulgar seu trabalho na internet, como cabeleireiro, uma pessoa que faz doce em casa e etc. Quando eu falo venda pela internet, não quer dizer só nós que temos o site”.

O empresário conta que a ideia da loja online surgiu em 2016, da necessidade de inserção da loja física, que existe na cidade desde 1998, no comércio eletrônico, que segundo ele, o modelo ainda não existia em Manhuaçu. “Eu estudava administração em Belo Horizonte, e sempre quis trabalhar com a minha mãe. Lá eu vi sobre essa questão do ecommerce, comecei estudar sobre o assunto e vi a tendência das empresas estarem indo para o digital, o que aqui na cidade eu não via. Comecei a falar com ela sobre essa questão, mas ela me disse que caso eu quisesse montar a loja, tudo bem, mas por causa dela ficar por conta da loja física, não teria tempo”. Segundo o administrador, hoje a loja online é separada da loja física. “Nós optamos por montar outra empresa. No começo surgiu duas opções, estoque em conjunto com a loja ou separado, mas preferimos montar em separado. Com sede e endereço próprio”.

A pesquisa também aponta que as redes sociais ajudam as empresas a serem conhecidas e que geram vendas. O Facebook ainda é o maior responsável pela divulgação das empresas, com 54%, mas o YouTube tem ganhado destaque, com 40%. Léo conta que tem feito uso das redes sociais e que por meio delas tem tido bons resultados, a loja física teve um aumento de 30% nas vendas, enquanto a online que antes tinha um faturamento pequeno, hoje já vende 80% do que a sede física fatura. “Nós temos o Instagram, que é o segundo maior em número de seguidores do Brasil na área de cirúrgica, temos o Facebook. Trabalhamos com o WhatsApp, divulgações no Google, quando a pessoa pesquisa aparece nossa loja, ainda não estamos no YouTube, mas sei que tem um papel importante. Também estamos em plataformas marketplace, como o Mercado Livre”.

Apesar da maioria dos ecommerce não possuírem empregados, como revelou a pesquisa, o empreendimento do Léo possui três funcionários. “A loja online tem capacidade de vender muito, com uma estrutura bem enxuta”. Léo também fala que o site ajudou no aumento das vendas da loja física e que com isso os outros empreendimentos do grupo, como a fábrica de jalecos que abastecia a loja na cidade, também cresceram com aumento do faturamento e gerando empregos. “Quando a loja começou na internet, nós tínhamos duas costureiras aqui em Manhuaçu para fazer jalecos, aí começou a vender tanto, que teve que montar uma fábrica em Manhumirim e hoje tem 15 costureiras”.