Apesar de ser proibida a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos, o consumo na faixa de 14 a 17 anos, é preocupantemente alto: quase um terço dos jovens nessa faixa etária já experimentaram álcool. E as meninas ultrapassaram os meninos em todas as faixas de consumo.
Os dados acima são da 3ª edição do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), divulgado em setembro, e citado na tarde de quarta-feira (22/10/25), na audiência pública da Comissão de Prevenção e Combate ao Uso de Crack e Outras Drogas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
O debate integrou a programação de audiências do Tema em Foco no biênio 2025 – 2026 do Assembleia Fiscaliza. A discussão envolveu o consumo de substâncias psicoativas entre crianças e adolescentes e sua relação com situações de vulnerabilidade na infância e na juventude, como acidentes, suicídios, violência, gravidez não planejada e transmissão de doenças por via sexual e endovenosa, nos casos das drogas injetáveis.
A atividade atendeu a requerimento da deputada Delegada Sheila (PL), presidente da Comissão, que comemorou nova Lei Federal 15.234, sancionada no último dia 7, que altera o artigo 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e estabelece que a pena de detenção para quem vender ou fornecer álcool ou drogas para menores (atualmente de 2 a 4 anos) pode ter um aumento de um terço à metade se o jovem efetivamente consumir o produto.
A parlamentar, assim como os demais participantes da audiência, reforçaram que o consumo de álcool, e também o tabagismo, tem forte relação com a vulnerabilidade social e, o pior, podem ser a porta de entrada para drogas ilícitas.
“E a maioria dos crimes tem atualmente, de alguma forma, relação com o uso de drogas. É caso do feminicídio, que muitas vezes tem crianças e adolescentes como vítimas indiretas”, pontuou Delegada Sheila.
Delegada Sheila, mãe de quatro filhos adolescentes, lembrou que as “tentações” do consumo de álcool, e, por tabela, outras drogas, são diárias, nas festas e outros tipos de “baladas”.
“Parece que estamos enxugando gelo. A responsabilidade é de todos nós, não apenas das autoridades. Precisamos oferecer oportunidades reais para nossas crianças e adolescentes, cuidar da família, agir em rede e enfrentar de forma concreta essa realidade tão desafiadora”, completou.
A Comissão de Prevenção e Combate ao Uso de Crack e Outras Drogas debateu o consumo de substâncias psicoativas entre crianças e adolescentes – Foto: Henrique Chendes
(Almg)









