CARATINGA- A Associação de Proteção e Assistência a Condenados (Apac) de Caratinga realizou mais uma edição do café empresarial. Pela primeira vez, com a presença dos recuperando, promovendo integração social com a participação de empresários e autoridades.
Adriana Luppis, gerente geral da Apac, destaca a importância da realização do evento. “É um prazer muito grande receber para a sexta edição do café empresarial tanto os empresários, todos os representantes. É gratificante mostrar o trabalho que a Apac realiza, nós trabalhamos com a ressocialização de pessoas que estão em cumprimento de pena e essas pessoas vão voltar novamente para a sociedade. Precisamos desse apoio, para que a sociedade possa recebê-los, para que possam continuar nesse processo de ressocialização”.
A Apac tem ocupação para 150 recuperados, nos regimes fechado e semiaberto e funcionamento de várias unidades produtivas. “O objetivo é capacitar o recuperando para sua reinserção no mercado de trabalho e temos também cursos profissionalizantes com todo o sistema S que traz capacitação. A produção é feita com os recuperandos, tivemos um chef de cozinha dando suporte a eles na fabricação dos produtos que estão sendo servidos hoje no café. Tudo preparado com muito carinho para todos que estão aqui conosco. Sempre aberto a parcerias, novos empresários, pessoas que queiram conhecer, a Apac está sempre de portas abertas”.
Tio Flávio, professor universitário, foi o palestrante do evento e enfatizou a reflexão realizada com os recuperandos. “A gente vai falar sobre humanização, as relações que envolvem as pessoas e que trazem a dignidade e respeito. É tentar preparar as pessoas que aqui estão para que cheguem na sociedade em mercado de trabalho, família, escola, mas, também nos preparar, a sociedade está aqui dentro hoje, para que a gente possa receber essas pessoas com olhares diferentes, abrindo nossa mentalidade e enxergue que essas pessoas vão voltar para a sociedade e a sociedade precisa estar preparada para recebê-las”.
O juiz Consuelo Silveira Neto, que acompanha o trabalho realizado na Apac de Caratinga, reforçou a importância da ressocialização. “Somos seres gregários, dependemos um do outro, a sociedade, se pararmos e refletirmos precisamos comprar nossa roupa, o alimento que está em nossa casa, a água que chega, a eletricidade, tudo isso dependemos que os outros produzam para que a gente possa consumir. Nesse contexto, aquele que pratica o crime, que está recluso, vai retornar ao convívio social e se vai retornar estará inserido novamente na sociedade. Uma forma de prevenir a criminalidade é justamente oferecer àquele que está encarcerado oportunidade do trabalho e estudo. Nesse processo a comunidade é importante de trabalhar essa ressocialização para que ele possa ser reinserido e como membro da sociedade, trazer maior segurança e tranquilidade para todos”.