a divergência entre o achismo de Hamilton Mourão e a realidade de Rebeca Andrade
Preta, filha de mãe solteira e de origem periférica, Rebeca ainda carrega o fato de ser mulher para fechar os atributos “negativos” do ponto de vista deum país racista, misógino e aporofóbico. Ainda assim com quase nada a seu favor ela é uma beldade quando o assunto é recordes olímpicos.
Em contrapartida a tudo isso, precisamos entender que a internet é cruel, como o mundo também é. É preciso ter uma coerência em tudo que diz, posta e subentende nas redes, pois esse meio globalizado faz comparações que, podem ser louváveis, ou também contraditórias. Em 2018, sem nenhum conhecimento teórico e científico e valendo-se de uma verborragia sem sentido, o atual vice-presidente do Brasil Hamilton Mourão no meio da sua campanha presidencial, afirmou que um lar sem a presença de um pai origina pessoas desajustadas.
Cheia de um “preconceito burro” – digo isso enfatizando o pleonasmo que existe no termo que citei entre aspas- a infelicidade da frase é uma tentativa de reforçar o machismo presente em cada um de nós e de vangloriar o mesmo preconceito existente em nosso país. Está aí a Rebeca e outras milhões de Rebecas para atestarem o oposto da fala do vice-presidente, meninas que muitas vezes crescem em uma realidade que tangencia a ideia do “normal” e ainda assim, após todos as possíveis torcidas contra, conseguem um lugar ao sol.
O “argumento sem fundamento” – exalto aqui uma contradição para enfatizar que de nada vale argumento sem fundamento – parece ter saído das mesmas “bocas” que costuma afirmar por ai que casais homossexuais não deveriam adotar crianças, ou que enfatizam que todas as pessoas que consomem algum tipo de substância ilícita não são aptas para estudo relevante ou trabalho digno, ou até mesmo por quem diz que toda pessoa que crê em Deus e que professa alguma religião são pessoas abitoladas e sem pensamento crítico.
São tempos de generalizações. E generalizações são sempre burras mesmo com algum embasamento, até porque no campo social é raro algum embasamento que reforce uma generalização. O atual presidente está aqui sendo “pego pra Cristo” mas ele apenas refletiu o que muita gente pensa. Da mesma forma que Rebeca também representa muita gente que sonha e que, por vezes, não consegue realizar os seus sonhos. De tudo isso podemos aferir que nossas educações e nossos seios familiares são importantes, mas não determinantes. E que, também, devemos considerar a garra e a vontade de sobreviver em uma situação de abandono parental ou de qualquer outra ocasião que possa, talvez, impossibilitar o sucesso.
“Voa, Rebeca!” Com essas duas medalhas, ela provou que é possível. Você já parou pra ver uma entrevista da nossa menina de ouro? Se não, assista! Além de tudo isso ela tem um dicção invejável, uma simpatia de rainha e um sorriso de quem ainda vai dar muito orgulho ao Brasil.
Marllon Bento
Jornalista, Assessor de Comunicação
e Produtor Audiovisual
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