ACEAS mostra que é possível evoluir sem perder essência
MANHUAÇU – Uma das características dos pequenos produtores é sua capacidade de unir esforços. Através dessa linha de pensamento nasceu Associação Comunitária de Estudos e Ação Social (ACEAS), que fica na Comunidade dos Diniz, distrito de Dom Correa, em Manhuaçu.
Andreia Luiz Alves de Melo faz parte dessa Associação e conta um pouco de seu funcionamento. “Na verdade tem muitos anos que a Associação foi criada por intermédio movimentos de igreja e movimentos da comunidade. Só que essa Associação ficou uns oito ou dez anos sem mexer com comercialização. Na medida em que foi vendo as oportunidades para comércio, que teve uma época que o governo deu oportunidade para comercializar aí começamos a nos organizar no PAA (Programa de Aquisição de Alimentos). Mas aí na época esse projeto até demorou muito a sair, começamos a trabalhar com PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escola), entregando verduras e legumes nas escolas”.
A ACEAS começou com cinco produtores, mas com o tempo, as escolas estaduais também mostraram interesse em comprar produtos da Associação. “Mas compravam poucas verduras, algumas frutas, daí eles resolveram comprar quitandas. Sendo assim, fomos atrás da Vigilância Sanitária, porque tinha que ser construído um espaço, uma indústria de acordo. Fomos atrás de Vigilância Sanitária, foi construída essa casinha aqui, era bem simples. Não era esse espaço todo era bem pequeno. Foi construída essa casinha com recursos dos próprios produtores. Quando vendíamos verduras, tirávamos uma porcentagem e fazia um caixa”.
Ela descreve que esse recurso foi investido na Associação. “Iniciamos aqui com 13 mulheres trabalhando, e trabalhamos aqui desde 2012. Em 2014 teve uma oferta de curso para fazer doces. Houve alguns projetos que ajudaram, então construímos o lugar para fazermos doces”.
Andreia fala do principal benefício da ACEAS. “É muito interessante, porque a renda que a gente tinha era só na época da colheita. As mulheres ganhavam um dinheirinho ali, comprava o que precisava e depois acabou. Agora quase todas as mulheres da comunidade que têm interesse, participam de alguma forma. Quem não está aqui, tá ali, ou está produzindo a verdura em casa. Então é desenvolvimento de renda, melhora muito o orçamento da família, e também psicologicamente, porque faz muito bem trabalhar em grupo. Existem as dificuldades que não são poucas, mas vem pra cá, dá risada, é muito bom”.
A associada conclui explicando como é fazer parte deste grupo. “É muito bom fazer parte da economia de Manhuaçu, porque as merendas que fazemos aqui são muito melhores do que a comprada do industrializado. Fazemos um bolo de cenoura, bolo de mandioca, biscoito de polvilho. Então avalio que estamos contribuindo também para o desenvolvimento das crianças, com a alimentação um pouco mais saudável. Nos esforçamos muito pra fazer um bom trabalho e atender o município. Esforçamos bastante para isso porque quanto mais a fazemos um bom produto e participamos, mais o município ganha. As pessoas têm uma boa visão da gente e isso se dá pelo trabalho que fazemos.