Divisão é sempre ruim!
É importante – e necessário – ser um pacificador, alguém que olha ambos os lados de uma questão, promove o diálogo, e a possibilidade de juntos, achar um caminho, uma saída que seja pacífica.
O mundo tem exemplos notáveis de pacificadores que contribuíram para evitar conflitos armados, até mesmo guerras:
O exemplo mais recente é do líder sul-africano Nelson Mandela, que tornou a transição de regime na África do Sul do apartheid para um governo democrático de uma forma pacífica, promovendo a reconciliação e a unidade.
Outros, como Mahatma Gandhi, na Índia, que liderou o movimento pela independência da Índia sem violência; ou Martin Luther King Jr., nos Estados Unidos, que advogou a igualdade racial por meio de protestos pacíficos.
Esses, e acrescento ainda o sueco Dag Hammarskjöld, o Segundo Secretário-Geral da ONU, decisivo na Guerra Fria, e Tenzin Gyatso (Dalai Lama), líder espiritual do Tibete, que conseguiu a liberdade tibetana da China – todos agindo em paz e trazendo a reconciliação.
São líderes que demonstraram que mudanças significativas são viáveis sem recorrer à violência direta, e deixaram um legado duradouro de paz e tolerância.
A leitura de hoje de manhã – feita na mesa antes de recebermos a primeira refeição do dia – foi de Lucas 12:49-53.
Confesso que, à primeira vista, achamos as palavras não apenas fortes, mas inclusive contrárias à sétima bem-aventurança, que diz: “Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus”. (Mateus 5 :9)
Pois, ali, em nossa breve devoção diária, lemos:
“Vocês pensam – diz Jesus – que vim trazer paz à terra? Não, eu lhes digo; mas, sim, divisão.” (Lucas 12:51)
Muitas vezes, no passado, quando acontecia um choque de ideias como esse das próprias palavras de Jesus, uma forma simples de resolver o problema era apontar para algum tipo de diferença na origem do redator do texto – no caso, o Evangelho de Mateus foi escrito por um judeu, enquanto que Lucas era alguém que também tinha origem romana, ou grega, ou…? Será?
Como se as palavras de Jesus variassem de acordo com o redator!? Estranho, não é? Vamos ser bem práticos: Existe divisão hoje?
Entre pessoas – talvez até bem próximas antes, mas, de repente – por alguma razão, às vezes, até pequena, quase inexistente – algo acontece e uma parte do grupo, antes unido, satisfeito, sai, gerando dois grupinhos, que, por sua vez, cada um unido também, com uma diferença: um contra o outro.
Jesus continua sua palavra narrada por Lucas:
“Pois daqui em diante cinco pessoas estarão divididas numa casa; três contra duas, e duas contra três; estarão divididos pai contra filho e filho contra pai; mãe contra filha e filha contra mãe; sogra contra nora e nora contra sogra.” (Lucas 12:52-53)
O interessante é que a guerra da qual Jesus está falando é dentro da própria casa!
Não é isso que está acontecendo em nossos lares e famílias, com duas, três gerações, e que se tornam opostas umas às outras?
Qual é o conselho?
Aí é que entra o pacificador: missão muito difícil, mas indispensável em cada casa. Creio que existe um segredo de como ser este ou, melhor, esta pacificadora:
É não tomar partido, é não apoiar lado algum, mas interceder para que o Espírito de Deus ilumine as mentes e amoleça os corações, e mostre a cada um onde está o verdadeiro ponto de discórdia.
Já vi isso acontecer e funciona – é tiro na mosca!
Creio firmemente que nossas casas podem estar unidas num só propósito, se Jesus é verdadeiramente o Senhor de cada um de nós. Em outras palavras, quando amamos o nosso próximo como a nós mesmos – como Jesus ensinou.
Certo, não é, querida mamãe? Certo, não é, venerável papai? Certo, caro jovem, cara jovem?
Valorize, descubra, entenda melhor os valores do outro, sim, mesmo daquele que não reconhece os seus valores – e você verá Deus fazendo o milagre.
A guerra acaba logo ali, quando há compreensão, perdão, e reconciliação de fato!
Um grande abraço para você.
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum; E-mail: [email protected]