De repente, tudo mudou.
As pessoas mudaram, ficaram diferentes.
Havia alegria em cada coração.
Algo tão grande, incomum – algo fora deste mundo!
Se olharmos mais fundo no interior dessa comunidade, ficaremos extremamente surpresos.
Algo grandioso estava acontecendo. E todos ficaram emocionados, receberam algo especial, cada um uma dose específica, e só o suficiente para não explodir.
Alegria em todos os lugares.
Os problemas do mundo exterior foram completamente deixados de lado.
O fato de estarem rodeados por legiões de soldados estrangeiros, que poderiam intencionalmente agir como brutos, ou loucos – ou os líderes religiosos e seus seguidores, morrendo de medo e preocupadíssimos com seu status quo, e que pensavam saber quem era a causa de toda a agitação – isto era fato comum, mas de pouca importância no momento.
Contudo, aqueles que tiveram o impacto tiveram que se reagrupar, e onde o fizeram?
Em todos os lugares, em qualquer lugar, ou melhor, nas casas de quem tinha casa, nas propriedades onde havia áreas livres e amplas, onde muitas pessoas podiam se reunir, e ficar.
Milhares…
Naquele primeiro momento, três mil pessoas juntaram-se a eles no mesmo sentimento e excitação. E eles continuaram assim por dias, por meses…
Mas algo que eles não esperavam começou a despertar, a crescer também. Dentro deles…
Convivendo, compartilhando experiências de vida, lutas, vitórias e derrotas…
Os proprietários, os ricos, começaram a se perguntar: por que, afinal, nem todos podem ter uma casa boa e bonita como a nossa? Por que?
Ou então, porque é que eu tenho o suficiente para duas casas e o meu irmão aqui não tem nem onde morar?
Por que? Por que?
Isso não está certo, isso não é justo! Algo está errado, temos que fazer algo a respeito!
E aquela nossa terra, ou o sítio, ou a fazenda – não poderia servir para quem não tem onde viver?
(Eles não podiam culpar o governo – como nós. Não podiam culpar as instituições sociais, porque estavam nas mãos dos líderes religiosos, que tinham medo de perder tudo – os oficiais romanos tinham deixado isso muito claro para eles em várias ocasiões.)
A comunidade dos seguidores de Jesus em Jerusalém – a primeira comunidade de crentes no Messias que veio, foi morto e ressuscitou – e está vivo – há 2.000 anos enfrentava uma situação incomum, mas libertadora.
De repente viram com os próprios olhos o que nem a TV nem as redes sociais de hoje, com toda a sua capacidade de comunicação, conseguem transmitir: Que o próximo que tem necessidade é nosso irmão, e eu, com certeza, posso ajudá-lo.
Ver, reconhecer, sentir as necessidades dos outros – para poder ajudá-los!
O reconhecimento da realidade nua e crua do outro foi a parte mais impactante do início do que hoje chamamos de “igreja”.
Foi o lugar onde todos – especialmente os pobres, os injustiçados, os marginalizados – foram plenamente aceites e ajudados.
Como? Com DINHEIRO, com MORADIA, com alguma forma de ocupação, emprego – para se SUSTENTAR.
E com dignidade!
E sem escravidão!
Adoro as lembranças que tenho do Reverendo Uriel quando ele falava (frequentemente) sobre a dignidade do ser humano. Além de falar, ele se dedicou também à escola, onde aprendemos a usar ferramentas para ser útil na sociedade: olhe para os prédios, olhe para alunos entrando e saindo, de dia, de noite, nos fins-de-semana – foi ali, no começo, há mais de 80 anos, onde ele dedicou suas energias.
Sem escravidão – emprego com dignidade, com a dignidade dada pelo Criador a cada um dos seus filhos neste mundo. Vamos continuar essa obra! É a Semana da Pátria!
É hora de lembrar, reconhecer e assegurar a dignidade de cada um dos seus filhos!
Ele cria nAquele viveu e morreu pelo seu próximo – Jesus Cristo. Obrigado, Senhor!
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum; E-mail: [email protected]