Oscilações nas cotações
A semana passada foi de muita oscilação nas cotações do café, tanto na ICE Futures US em Nova Iorque, como na ICE Europe em Londres. Com estoques de café criticamente baixos, tanto nos países produtores, como nos países consumidores; problemas climáticos globais, que atingem os cafezais de todos os países produtores; e crise financeira, afetando, de uma maneira ou de outra, toda a economia internacional, fundos e especuladores mudam suas posições nas bolsas de café em uma velocidade surpreendente e aparentemente sem lógica.
Resumo do mercado na última semana
Na segunda-feira (1), Dia do Trabalho, feriado nacional no Brasil, os contratos de café na ICE Futures US, principal termômetro do mercado de café, trabalharam em baixa leve. Os contratos para julho próximo encerraram o dia em queda de 35 pontos. Na terça-feira (2), esses contratos apresentaram ganhos de 115 pontos. Na quarta (3), chegaram a trabalhar em alta, mas terminaram o dia em queda moderada. Os para julho perderam 125 pontos. Quinta-feira (4), esses contratos perderam mais 255 pontos. Sexta (5), em um dia de recuperação no mercado financeiro americano, os contratos de café em Nova Iorque trabalharam em forte alta.
Produção colombiana em queda
A divulgação de queda na produção colombiana de café nos últimos meses, contribuiu com o ambiente de alta na sexta-feira (5). Os contratos para julho próximo bateram em US$ 1,8925 na máxima do dia e fecharam com ganhos de 510 pontos, a US$ 1,8803 por libra peso. Depois de toda a instabilidade e oscilação no decorrer da semana, o balanço do sobe e desce foi de alta. Os contratos para julho somaram alta de 210 pontos. Na semana retrasada caíram 550 pontos, fecharam a sexta-feira, 28, valendo US$ 1,8595 por libra peso. No mês de abril esses contratos para julho subiram 1 625 pontos.
Estoques
Os estoques de cafés certificados na bolsa de Nova Iorque, caíram sexta-feira (5) mais 2.027 sacas. Estão em 657.297 sacas. Há um ano eram de 1.121.597 sacas, e é importante lembrar que esses estoques já eram considerados baixos e muito preocupantes nessa época. Caíram neste período 464.300 sacas. Nesta semana, a queda foi de 22.866 sacas. Na semana retrasada caíram 19.345 sacas. No mês de abril a queda foi de 62.731 sacas, 8,5 % menos que as 742.894 sacas existentes no último dia de março.
OIC
A OIC – Organização Internacional do Café, informou em seu relatório mensal, que a exportação mundial de café alcançou em março último 12,02 milhões de sacas de 60 kg. O volume corresponde a uma queda de 9,3% na comparação com igual mês de 2022, quando somaram 13,25 milhões de sacas. Nos seis primeiros meses do ano-safra 2022/2023 (outubro/22 a março/23), os embarques somaram 62,30 milhões de sacas, queda de 6,4% na comparação com o mesmo período do ano-safra anterior. Nos 12 meses encerrados em março de 2023, a exportação de arábica totalizou 75,54 milhões de sacas, ante 80,76 milhões de sacas nos 12 meses encerrados no período anterior, queda de 6,5%.
Colheita
A colheita de café já começou em parte das lavouras do Sul de Minas. A região deve colher cerca de 13 milhões de sacas de café em 2023. De acordo com o engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, Lucas Bartelega, de 15 a 20% dos cafeicultores já iniciaram a colheita dos grãos (EPTV – sul de Minas).
Colheita II
As atenções dos operadores do mercado estão voltadas para o início dos trabalhos de colheita da nova safra brasileira de café e para as diversas estimativas privadas de nossas safras deste ano e de 2024. As chuvas que caíram em muitas regiões produtoras atrasaram os trabalhos preparatórios para o início da colheita. A queda de frutos com essas chuvas preocupa os produtores. Os frutos que caíram se transformarão em grãos de qualidade inferior.
Dólar e o preço do café
O dólar fechou sexta-feira (5) em queda de 0,96 % frente ao real, a R$ 4,9440. Na sexta-feira anterior, dia 28 de abril, fechou a semana a R$ 4,9870. Em reais por saca, os contratos para julho próximo na ICE americana fecharam hoje a R$ 1229,83. Quinta-feira (4) fecharam a R$ 1208,10. Na sexta-feira (28/4) terminaram o dia a R$ 1 226,68.
Sobe e desce
No mercado físico brasileiro, os compradores subiram e desceram o valor das ofertas, acompanhando o sobe e desce da ICE. Os produtores permaneceram retraídos e o volume de negócios fechados foi baixo, com o mercado praticamente paralisado.
Embarques
Até dia 5, os embarques de maio estavam em 74.558 sacas de café arábica, 2.771 sacas de café conilon, mais 7.342 sacas de café solúvel, totalizando 84.671 sacas embarcadas, contra 15.565 sacas no mesmo dia de abril. Até o mesmo dia 5 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em maio totalizavam 350.270 sacas, contra 31.390 sacas no mesmo dia do mês anterior.
Bol$a
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 28, sexta-feira, até o fechamento de sexta, dia 5, subiu nos contratos para entrega em julho próximo 210 pontos ou US$ 2,78 (R$ 13,73) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam no dia 28 a R$ 1226,68 por saca, e na última sexta-feira a R$ 1229,83. Fechando a última semana, os contratos para entrega em julho a bolsa de Nova Iorque fecharam em alta de 510 pontos.