MANHUAÇU– A Onda Roxa foi prorrogada até o domingo de páscoa (4/4). A decisão foi comunicada nesta quarta-feira (24).
O INÍCIO
Em reunião na manhã do dia 17 de março, no 11º Batalhão de Polícia Militar, o Comitê Municipal de Enfrentamento a Covid-19 decidiu que o município de Manhuaçu seguiria a Deliberação nº 138 do Comitê Extraordinário Covid-19 do governo do estadual, publicada no dia (17) no Diário Oficial de Minas Gerais. A deliberação determinava que todas as regiões do estado estão classificadas na Onda Roxa do plano Minas Consciente, pelo período mínimo de 15 dias. A reunião contou com a presença das Polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e Ministério Público de Minas Gerais. Lembrando que Manhuaçu entrou efetivamente na Onda Roxa no dia 18 de março (quinta-feira). Bom lembrar também que o prazo da onda roxa foi prorrogado nesta quarta-feira (24), agora o decreto vai até o Domingo de páscoa, dia 4 de Abril.
Desde então, pós decreto, a rotina do comércio de Manhuaçu mudou drasticamente, comércios que não entram na categoria de essenciais tiveram que fechar as portas, consequentemente o fluxo de pessoas nas ruas da cidade também diminuiu.
No site da prefeitura diariamente é postado o boletim informativo sobre a covid, com números e gráficos.
Casos confirmados
Dados de 18/03 – 4.470
Dados de 24/03 – 4.576
Total de Notificações
Dados de 18/03 – 14.825
Dados de 24/03 – 15.156
Óbitos
Dados de 18/03 – 122
Dados de 24/03 – 125
Em acompanhamento
Dados de 18/03 – 37
Dados de 24/03 – 53
REUNIÃO
Uma equipe da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais esteve nesta segunda (22) e terça-feira (23) fazendo uma visita técnica na microrregião de Manhuaçu. Intitulada como Força Tarefa da Covid-19, a equipe veio conhecer as unidades de saúde da região para avaliar uma possível expansão da rede de atendimento a pacientes com Covid-19, diante de um cenário de colapso da saúde. As cidades visitadas foram Ipanema, Manhuaçu e Manhumirim. Na tarde de hoje (23) a Força Tarefa teve uma reunião com a equipe técnica da Secretaria Municipal de Saúde de Manhuaçu, com a Prefeita Imaculada e o Superintendente Regional de Saúde Juliano Estanislau.
Segundo a subsecretaria de Vigilância em Saúde de Minas Gerais, Janaína Passos de Paula, a SES enviou várias equipes para o interior do estado para que sejam levantados dados e informações sobre as unidades de saúde das microrregiões de saúde. “A Secretaria de Estado de Saúde vem fazendo esse movimento junto aos municípios, então a gente se intitula Força Tarefa da Covid-19. Vários grupos indo a várias regiões, uma equipe veio aqui, incluindo eu e representantes do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais, na região de Manhumirim, Manhuaçu e também fomos ao município de Ipanema, verificar como está sendo a parte assistencial, não só nas unidades hospitalares, mas também na atenção básica, principalmente no que é voltado para a Campanha de Vacinação da Covid-19. Fizemos reunião com os gestores, com todos esses prestadores, para ver como está sendo essas estratégias, se está de acordo com as prerrogativas com as diretrizes
estaduais”, completa Janaína.
Catástrofe
A secretária Municipal de Saúde, Ana Lígia de Assis Garcia, afirma que essa visita visa antecipar o cenário de catástrofe que pode acontecer na região. “Essa força tarefa é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, para conhecer e desenhar esses cenários, verificar qual a possibilidade dos hospitais ampliarem leitos, porque a perspectiva é de um cenário de catástrofe, tem que se adiantar a isso. O número de incidência, da virulência, no município e na região está muito alto, nós precisamos que as pessoas entendam isso, que o vírus está circulando mais”.
É preciso que a população entenda e colabore com o poder público segundo Ana Lígia. “Nós estamos fazendo visitas as instituições, estabelecimentos, aos comércios, estamos com fiscalização, quero agradecer imensamente a Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros, que estão diuturnamente com a gente nestas ações, ampliamos o número de fiscais, estamos com fiscalizações a noite, mas nada disso adianta se as pessoas não tiverem consciência sobre a responsabilidade no distanciamento social e no uso de máscara. Só através da educação, da cidadania que nós vamos conseguir enfrentar a pandemia”.
A secretaria também diz que esse cenário não é só em Manhuaçu, mas no país. “Eles vieram aqui para fazer uma análise de uma catástrofe, estão prevendo um colapso no Estado de Minas Gerais, falta de leitos, não só falta de leitos, falta de condições de atender ao paciente que precisa. Nós estamos muito apreensivos e preocupados. Não é só Manhuaçu, nós estamos vendo isso no Brasil inteiro, estamos entrando na terceira onda, com presença de cepas diferentes, com muitas contaminações, o nível de incidência do vírus está muito alto na nossa região. A única forma, mesmo com a vacina, é o distanciamento social e o uso de máscara. Peço novamente, todas às vezes eu peço encarecidamente, fiquem em casa, utilizem máscara”, completa Ana Lígia.
SECOM Prefeitura de Manhuaçu
COMÉRCIO
Para sabermos a avalição da Associação Comercial, Industrial e de Agronegócios de Manhuaçu (Aciam), fizemos contato com seu presidente, no entanto ele estava em viagem e nos disse que não poderia falar conosco naquele momento. Mas ficou de nos enviar um áudio explicando o posicionamento da entidade, porém até o final dessa edição não havíamos recebido o referido áudio.
No entanto, conversamos com o comerciante Flávio Sérgio, que deu a sua opinião sobre a Onda Roxa. “No comércio ocorre uma apreensão muito grande, com os empresários temendo suas empresas irem à falência, pois é uma pandemia que já dura muito tempo, e não sabemos quando acabará. A questão do desemprego está generalizada, e o comerciante não aguenta mais, pois ele tem custos fixos em que a empresta tem de arcar e com o fechamento. No caso da Onda Roxa, com algumas empresas sendo consideradas essenciais e outras não, o que a gente também acha de forma equivocada, porque todo e qualquer comércio no nosso entendimento é essencial, tudo que produza benefício que traga pra dentro de casa o pão, é considerado essencial”.
O comerciante segue com seu raciocínio. “As empresas estão sofrendo muito com isso, não produzem, não vendem, automaticamente já estão se endividando, pagamentos atrasados, funcionários sendo demitidos, lojas fechadas, isso realmente é preocupante, esperamos que o comércio volte a funcionar de forma integral, não parcial, mas que o direito de exercer sua atividade econômica seja liberado a todos para que tenhamos dias melhores, para o comércio reagir, para que as pessoas sejam novamente contratadas, e empresas que estão no momento difícil, endividadas, possam se reerguer, para que possamos ter uma economia reestabelecida”.