Artigo

ORAÇÃO – Quem pode nos ensinar?

Jesus até orava para DESCANSAR

 

Já no primeiro sábado do Seu ministério Jesus trabalhou muito. O evangelista Marcos nos dá, em sua forma breve e vívida, uma imagem maravilhosa do que aconteceu naquele sábado na Sua Cafarnaum, na Galiléia.

Jesus estava com a agenda cheia.

A narrativa continua apressada através das horas ocupadas, marcando a pressão de sucessivas chamadas. Ele ensina na sinagoga. Sem pausa, Ele cura um homem com um espírito impuro. Então, imediatamente, passa para a casa de Simão e, assim que entra, tem que ouvir a história de como a mãe da esposa adoeceu de febre. Eles poderiam tê-Lo deixado descansar por um momento – tomar um ‘cafezinho’-, mas a impressão que temos é que eles estavam tão ansiosos, e Ele sempre compassivo demais para deixar para depois.

Assim que ouve, ajuda. Assim que Ele ordena, a febre cessa. Assim que ela é curada, a mulher os está servindo. Talvez houve um pequeno descanso – quando, porém, as sombras das colinas ocidentais começaram a cair sobre as águas azuis do lago, e o pôr do sol encerrou as restrições do sábado, Ele é cercado por uma multidão cheia de doenças e sofrimento, e todos eles jazem em volta à porta, esperando para que ela se abra. Ele não podia mantê-la fechada mais do que Seu coração ou Sua mão, e assim durante todo o curto crepúsculo e noite adentro, Ele labuta entre as formas sombrias e prostradas.

Que dia – um dia de árduo trabalho, assim como de exaustiva simpatia! E como foi o Seu descanso? Uma ou duas horas de sono; e então, pela manhã, levantando-se muito antes de todos e antes de amanhecer, ‘Ele saiu e foi a um lugar solitário, onde orou’ (Mc 1.35).

Mais adiante, outra situação. Da mesma forma, O encontramos buscando o mesmo repouso após outro período de muito esforço, físico e mental. Ele havia se retirado com os seus discípulos da agitação que Marcos descreve tão graficamente. ‘Havia muitos indo e vindo, e eles não tinham tempo livre, nem para comer. Então, procurando sossego, Ele os leva através do lago para a solidão do outro lado’. (Mc 6.31-34).

Mas as multidões de todas as vilas próximas à Sua avistam o barco na travessia e se apressam em dar a volta; e lá estão todos eles no local de chegada, ansiosos e exigentes como sempre. Ele deixa de lado a ‘proposta’ de descanso e, durante todo o dia, cansado como estava, ‘ensinou-lhes muitas coisas’. O fim do dia não Lhe traz trégua. Ele pensa na fome deles, antes de pensar em Si e em Seu próprio cansaço: de maneira nenhuma os mandaria embora com fome.

 

Acaba, enfim, aquele dia de trabalho com o milagre de alimentar cinco mil pessoas. Agora as multidões vão para suas casas, e Ele pode finalmente pensar em Si mesmo; e qual é o Seu descanso? Ele pede a Seus discípulos para irem para o outro lado, Ele viria depois. Tinha algo que ainda precisava resolver ali. O que seria? E teria que ser sozinho. Havia um lugar ao qual Ele ansiava chegar. Quando conseguiu ficar a sós, Ele subiu a montanha para … ‘orar’ (Mc 6.46).

Esse foi o refrigério após Seu trabalho!

Assim, Ele combinou a contemplação do Pai e o serviço, a vida de comunhão interior (onde encontramos a Deus) e a vida de obediência prática, servindo ao próximo.

De todos os lados recebemos conselhos sobre a necessidade de interpor influências calmantes e revigorantes (que tal uma silenciosa comunhão!) em meio a nossos atos e atividades.

Nosso trabalho pode nos prejudicar, MAS SE O FIZERMOS como Ele fazia, isso não irá acontecer.

Mas, atenção: quanto mais trabalhamos, mais precisamos orar!

Somos expostos a um grande perigo nos dias de MUITA atividade: não de fazer muito, mas de orar muito pouco por tanto trabalho. Esses dois – o trabalho e a oração, a ação e a contemplação – são irmãos gêmeos. Sempre somos tentados a cultivar um ou o outro de forma desproporcional.

 

Vamos imitar Aquele que ainda foi ao topo da montanha após o trabalho árduo, para buscar o Seu refrigério com o Pai, mas que nunca deixou os deveres por cumprir ou os sofredores sem alívio da dor.

Vamos imitar Aquele que se voltou das alegrias da contemplação para as alegrias do serviço, sem murmurar! Você se lembra quando, de repente, Seus discípulos romperam Sua solidão, falando: ‘todos te procuram’?

Ele nunca permitiu que o trabalho embotasse ou invadisse o Seu desejo de mais comunhão com o Seu Pai – que, aliás, Ele disse, é nosso Pai também!

‘Ó Tu, por quem chegamos a Deus,

[Pois és] o Caminho, a Verdade, e a Vida;

Pelo caminho da oração que tu mesmo percorreste:

Senhor! Ensina-nos a orar.’

 

Senhor, ensina-nos a trabalhar; Senhor, ensina-nos a orar.

 

Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum rudi@doctum.edu.br

Diário de Manhuaçu

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