Dois seguranças são investigados por causa da morte de homem acusado de furtar produtos dentro do supermercado no Centro de Fabriciano
Os dois seguranças, um de 56 e outro de 37 anos, envolvidos na morte do eletricista Cássio Moreira da Silva, de 55 anos, vão aguardar em liberdade a conclusão do inquérito da Polícia Civil. Eles são investigados sob a suspeita de provocarem a morte de Cássio ao abordá-lo na parte externa de um supermercado na tarde de segunda-feira (11) em Coronel Fabriciano, conforme mostram vídeos gravados por populares. O fato foi noticiado ontem pelo Diário do Aço.
Cássio foi apontado como suspeito de furtar bebidas (cinco latas de cerveja 473 ml, uma garrafa de cachaça) e barbeadores descartáveis no Mineirão, supermercado localizado na rua Dr. Querubino, área central de Coronel Fabriciano. Cassio já estava no pátio, quando os seguranças tentaram contê-lo, porém, ele teria resistido, foi contido à força e acabou morrendo por asfixia.
O Diário do Aço procurou a Polícia Civil, em busca de detalhes de como ficou a situação dos seguranças. A ocorrência da PM consta que houve um homicídio consumado e os dois homens foram encaminhados para a Delegacia de Coronel Fabriciano. Após prestarem depoimentos, ambos foram liberados para aguardarem em liberdade a conclusão da investigação policial. O caso gerou comoção e os leitores passaram a indagar, nesta terça-feira, o porquê da liberação dos dois seguranças.
Questionado sobre o andamento do caso, o delegado da PCMG, Washington Moreira, titular da Delegacia de Homicídios explicou que a equipe de policiais civis já arrecadou as imagens do local para verificar e periciar também todo o ambiente interno e externo do supermercado”, comentou o policial.
Além das imagens, testemunhas também já foram arroladas para prestarem depoimentos; “Eventual pedido de prisão ou de outras medidas cauteladas não estão descartadas pela Polícia Civil, se assim surgirem elementos durante a investigação”, disse Washington.
O chefe da Delegacia de Homicídios informou que, em um prazo de cerca de 30 dias, deverá ter o inquérito concluído. “A gente vai aguardar a perícia das imagens, bem como o resultado do laudo de necropsia”.
Ao Diário do Aço, o delegado adiantou que os seguranças alegaram que não perceberam a situação de Cássio, quando ele foi imobilizado. “Segundo eles, a vítima reagiu com violência à abordagem, mas tudo isso vai ser apurado. A gente já está de posse das imagens do supermercado. Acreditamos que nos próximos dias, a gente vai concluir no sentido de esclarecer o que de fato ocorreu naquele supermercado”, reforçou.
Sepultamento O corpo de Cássio Moreira foi velado na capela do Cemitério Municipal senhor do Bonfim, no bairro Belvedere, em Coronel Fabriciano, durante toda a terça-feira (12). O enterro foi realizado às 16h30, sob forte comoção, de conhecidos, colegas de trabalho e familiares.
Asfixiado Fontes da Polícia Civil adiantaram à reportagem que o laudo de necropsia indica que Cássio teria morrido de asfixia, conforme exames realizados no corpo do eletricista. Ele foi imobilizado na parte externa do supermercado, inclusive, um vídeo de celular circulou nas mídias sociais e mostra o local exato onde os seguranças imobilizaram o homem suspeito do furto. Com a chegada da PM, Cássio foi algemado, mas como ele não respondia aos chamados, ele foi colocado na viatura e encaminhado ao Hospital Dr. José Maria de Morais, onde foi constatada a morte.
Produtos somaram R$ 78,50 Os objetos, que teriam sido furtados, foram constados no registro oficial feito pela Polícia Militar. Nele constam cinco latas de cerveja Brahma 473 ml, uma garrafa de cachaça Salinas e dois barbeadores descartáveis, totalizando R$ 78,50. Além deste furto, os seguranças alegaram que Cássio já teria sido visto furtando produtos do supermercado em outro dia.
O que diz a empresa A rede de supermercados Mineirão, por meio de nota enviada por e-mail que “repudia toda e qualquer tipo de violência, dentro ou fora de suas dependências, independente dos fatos ocorridos e que nos seus 65 anos de existência jamais viveu esse tipo de situação pois, sempre priorizou o respeito aos seus funcionários e clientes”.
Fonte: Diário do Aço
- Cássio, de 55 anos, foi sepultado nesta terça-feira (12) em Coronel Fabriciano e polícia trata o seu caso como homicídio