Minas

Sistema prisional mineiro produz 1 milhão de máscaras de proteção à covid-19

Itens foram destinados às forças de Segurança, aos profissionais de Saúde, entre outros

 

DA REDAÇÃO – O sistema prisional mineiro alcançou a produção de 1 milhão de máscaras de proteção contra a covid-19. Os equipamentos de proteção, produzidos por detentos de diversas regiões de Minas, são distribuídos prioritariamente para as forças de Segurança e também para hospitais, asilos e servidores municipais de algumas cidades que fecharam parceria com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

Atualmente, 36 presídios e penitenciárias estão envolvidos no processo, com linhas de produção montadas e 400 presos treinados e trabalhando sete dias por semana na confecção das máscaras, divididos em turnos. A produção já alcançou mais de 43 mil equipamentos de proteção por dia, o que significa praticamente o dobro da meta de 22 mil itens diários inicialmente estipulada pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG). O trabalho começou em 6 de abril, em escala crescente de aumento de unidades prisionais envolvidas e detentos capacitados.

O Presídio de Caxambu, na região Sul de Minas, é o maior do Estado em produção de máscaras. Na unidade, 31 detentas já finalizaram 112.850 equipamentos de proteção. Isso porque, divididas em turnos, garantem o funcionamento da unidade fabril das 6h às 23h. São mulheres que já atuavam em uma oficina de confecção de camisetas masculinas e uniformes do sistema prisional, e que agora, durante a pandemia, se dedicam integralmente à produção de máscaras.

Em segundo lugar, está o Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com a produção de 98.200 itens. Na unidade, 23 presos têm uma produção diária de 3.200 equipamentos, que seguem para as forças de Segurança e para o Executivo municipal. Em Neves, a prefeitura contribui com insumos, reforçando o material disponibilizado pela Sejusp.

Além de quem recebe os equipamentos de proteção, também são beneficiados os que estão na linha de produção. Para os presos incluídos na tarefa, além da oportunidade de ressocialização e capacitação profissional por meio da colaboração com a saúde pública, há a vantagem da remição de pena pelos serviços prestados. Três dias em exercício significam um a menos na condenação.

MATÉRIA-PRIMA

Para a produção das máscaras, o Governo de Minas adquiriu 165 mil metros de TNT. Essa matéria-prima foi dividida entre as unidades fabris, que receberam também tecidos de algodão para a produção de máscaras laváveis. A confecção dos itens reutilizáveis começou no final de abril, com a doação de 34,4 mil metros pela empresa Cedro Cachoeira. Atualmente, são 13,5 mil máscaras de tecido produzidas e já doadas.

A previsão é de ampliar a confecção de máscaras laváveis, com a aquisição de 10,4 mil metros de tecido pela Sejusp. A pasta também já trabalha na compra de outros 250 mil metros de TNT, considerando o bom desempenho da produção no sistema prisional e também no socioeducativo (com cerca de 6 mil máscaras feitas para uso do próprio sistema).

PARCERIA COM PREFEITURAS

Quatro municípios fecharam parcerias com o Depen-MG para a produção de máscaras para seus servidores. A maior parte do material é destinada a hospitais e profissionais da rede de Saúde local. Na parceria, o departamento entra com a mão de obra e o Executivo municipal contribui com a compra de insumos. As cidades com o projeto em andamento são Ribeirão das Neves, Carmo do Paranaíba, Uberlândia e Montes Claros.

AVALIAÇÃO

O diretor de Trabalho e Produção do Depen-MG, Paulo Duarte, lembra que foram necessárias organização e sinergia para se chegar ao avanço na produção de máscaras pelo sistema prisional em Minas Gerais. Paulo afirma que os primeiros momentos foram de aprendizagem e destaca também o papel de um interno do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, na RMBH, que atuou como multiplicador da técnica de confecção dos equipamentos de proteção para outras unidades.

O detento Sérgio Lages aprendeu a costurar profissionalmente dentro do sistema, em um curso do Sesc, há 16 anos. “Com autorização judicial, levamos o sentenciado para dar treinamento a outros presos. Para o interior, como seria impossibilitado o deslocamento, gravamos um passo a passo da produção”, explica o diretor.

O diretor-geral do Departamento Penitenciário de Minas Gerais, Rodrigo Machado, destaca o trabalho dos profissionais que atuam diretamente com os presos. “Meus agradecimentos a diretores regionais, diretores de unidades prisionais e policiais penais, que garantiram disciplina e ordem nas unidades para execução da tarefa, e também aos demais profissionais envolvidos com o processo de produção”. De acordo com o diretor-geral, ao praticamente dobrar a meta inicial prevista, de 22 mil máscaras por dia, o sistema prisional mostra que há condições de se investir em outras produções fabris que deem sustentabilidade para o Depen-MG, como a confecção de uniformes.

Diário de Manhuaçu

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