A gente nem se dá conta desse fato – de carregar algo consigo que está com características de morte.
Em outras palavras, ao invés de provocar, conduzir, beneficiar nosso meio, este algo morto vai destruindo – pouco a pouco, ou até, mais rapidamente – um lado ou mesmo uma alegria que nos “empurrava” para frente.
Estou tentando explicar o que li nesta manhã no Evangelho de Lucas, no capítulo 17, versos 1 a 4 (Nova Tradução na Linguagem de Hoje) .
O Senhor diz: Sempre vão acontecer coisas que fazem com que as pessoas caiam em pecado [dificuldades criadas por nós humanos e que provocam desânimo ou incredulidade no outro – pois a falta de fé é o nosso maior problema].
E Jesus continua assim: Mas ai do culpado!
E agora vem a palavra mais dura ainda: Seria melhor para esta pessoa que ela fosse jogada no mar com uma grande pedra de moinho [esta precisa de duas pessoas fortes para ser carregada] amarrada ao pescoço do que fazer que um destes pequeninos peque.
A explicação é muito simples que vem logo depois:
Tenham cuidado! Se o seu irmão pecar, repreenda-o; se ele se arrepender, perdoe. Se pecar contra você sete vezes num dia e cada vez vier e disser: “Me arrependo”, então perdoe.
É engraçado que os discípulos entenderam muito bem esse assunto e logo lhe pediram: Aumente a nossa fé.
Pois para eles, e para cada um de nós, esse assunto vai para além de difícil – talvez a melhor palavra é: isso é impossível!
Jesus respondeu: Se a fé que vocês têm fosse do tamanho de uma sementinha de mostarda, vocês poderiam dizer a esta figueira brava: “Arranque-se pelas raízes e vá se plantar no mar!” E ela obedeceria.
Em outras palavras, nós não somente carregamos um peso morto conosco, mas também contribuímos para a morte de pessoas através de atitudes, palavras e ações.
Esse bichinho dentro de nós que se chama de “eu” – o nosso “eu”, é bem perigoso! Ele faz e desfaz, e ainda diz que nada fez: “Eu não fiz nada!”
Coitados de nós, pesquisadores, sim, “cientistas” (cada um de nós o é) – cientistas do comportamento humano! Vemos e compreendemos o infinito, mas não conseguimos enxergar nosso irmão, nosso pai, nossa mãe, nosso filho, a pessoa mais próxima de nós, nosso cônjuge – morrendo cada dia um pouquinho mais!
Vivemos como se nunca fazemos mal a ninguém.
E – ao passar essa imagem, usando toda a tecnologia avançada – recebemos um milhão de coraçõezinhos ou palminhas de nossos seguidores!
Nossa fama, entretanto, cheira mal, muito mal!
Sem querer – mas querendo -, destruímos a confiança, a fé, a esperança, a alegria dos outros que olham para nós, que talvez dependam de nós – um destes pequeninos meus, como Jesus disse!
A única saída para nós que ele viu foi: se arrepender a cada dia, e viver nessa auto-humilhação.
Para que o perfume da novidade – a novidade de um recém-nascido se espalhe ao nosso redor.
Esta palavra me faz pensar.
Peço e desejo que você também possa pensar um pouco mais.
Quem sabe, podemos salvar pessoas já definhando – ao nosso lado.
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum; E-mail: [email protected]