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As ações do Núcleo do Câncer

Direção fala dos trabalhos desenvolvidos; assistida descreve o apoio recebido da entidade no momento mais difícil de sua vida

MANHUAÇU – Outubro é dedicado a campanha de prevenção ao câncer de mama, já novembro trata da prevenção ao câncer de próstata. Essas iniciativas são importantes para maior esclarecimento da sociedade, não entanto, a visão do Núcleo do Câncer é que essa é uma luta diária e quanto mais informações, mais a sociedade irá saber lidar com essa situação. O combate ao câncer é algo feito durante todo o ano.
OS TRABALHOS
A vice-presidente do Núcleo do Câncer, Marlúcia de Castro Xavier Borges, falou sobre os trabalhos desenvolvidos pela instituição. Ela informou que atualmente 50 pessoas de Manhuaçu e região são assistidas pelo Núcleo. “Nós fornecemos cestas básicas, remédios que às vezes estão em falta no SUS (Sistema Único de Saúde). Também damos uma ajuda em espécie para alimentação durante as viagens. Já houve época em que nós ajudamos até no aluguel”, listou a vice-presidente, acrescentando que o Núcleo ajuda em exames médicos e até mesmo para as famílias dos pacientes, no caso apoio psicológico.
Para se manter, o Núcleo do Câncer recebe algumas ajudas, dentre elas, suporte financeiro por parte da prefeitura de Manhuaçu. Essa verba serve para despesas como pagamento de aluguel. Existe ainda a contribuição via carnê e a ajuda de voluntários. “Às vezes recebemos doações de campanhas, como essa última que houve, o Passeio Ciclístico promovido pelo Batalhão. Então, recebemos os alimentos e redirecionamos as cestas básicas para doação”, explicou Marlúcia de Castro.
Segundo Marlúcia de Castro, o apoio da sociedade é fundamental para que o Núcleo do Câncer continue ajudando as pessoas. “A nossa ação é contínua. Então esse apoio irá melhorar incondicionalmente a ajuda que fornecemos aos assistidos”.
Para ajudar o Núcleo do Câncer, Marlúcia de Castro explica que a pessoa pode usar o carnê ou mesmo ser voluntário. “Também fazer a doação de alimentos, depósito bancário. Existem várias formas. Doar não é apenas o fato de transferir recursos, doar é uma forma de entrega, de amor ao próximo, de fazer aquilo que Jesus nos ensinou: amar ao próximo como a ti mesmo. Então cada um que tem a sua habilidade pode disponibilizar o nosso paciente”.
A respeito da campanha Outubro Rosa, que se encerra justamente hoje, ela disse que é muito importante, pois é uma forma de orientação, uma forma de despertar na população, porém, Marlúcia acrescenta: “Eu penso que essa campanha não pode ser apenas nesta época, apenas em outubro, nós sabemos que essa doença acontece diariamente. Os órgãos responsáveis deveriam divulgar mais pois tem maior abrangência, vai onde não conseguimos ir. Então é importante que jornais, rádios, emissoras de TV façam essa divulgação”.
O RELATO DE UMA ASSISTIDA PELO NÚCLEO
Elisete Oliveira é assistida do Núcleo do Câncer. Ela relembra os momentos difíceis e revela como a instituição foi fundamental no restabelecimento de sua saúde. Eliseth foi diagnosticada em fevereiro de 2016 com câncer de reto. “Quando foi em junho daquele ano, eu fui para Muriaé para passar por cirurgia. Como rompeu, tiveram que colocar bolsa de colostomia e eu fiquei dez dias na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo)”.
Ela recorda que depois ficou 13 dias no hospital de Muriaé tomando antibiótico, em seguida passou a fazer quimioterapia, radioterapia. “Em 2017 passei por outra cirurgia para que fosse retirada a bolsa. Porém viram que a radioterapia tinha atrofiado meu reto. Então o uso da bolsa é definitivo. Tirando isso, levo uma vida normal, a bolsa não me impede. Já me acostumei com ela. Agradeço a Deus por estar bem, por estar viva. Não acho a bolsa um obstáculo”.
Ela elogiou a assistência prestada pelo Núcleo do Câncer. “Temos um tratamento muito bom, não apenas com as coisas que precisamos, mas do modo que nos tratam. E também é um lugar onde fazemos amizades. Algumas pessoas se afastam quando começamos o tratamento, mas Deus nos dá outras amizades, pessoas que passaram pela mesma situação, então existe a troca de experiências”, contou Elisete.
Ela faz uma comparação entre a fase mais difícil e aquela etapa onde o tratamento foi finalizado com sucesso. “O médico chegou e me deu essa notícia. Eu fiquei sem chão, mas ao mesmo tempo encarei o desafio porque eu tenho três filhos e pensava neles. Cheguei a pensar que iria morrer e como ficaria meus filhos. Foi questão de meia-hora a quarenta minutos para chorar. Daí eu parei, respirei e pensei, que seja da vontade de Deus, eu vou lutar e vou vencer. Aí chegou o dia em que tomei o último frasco da quimioterapia no hospital de Muriaé. Foi para chorar de alegria. Pensei essa é última gota após doze sessões de quimioterapia”.
Ao final, Elisete fala do apoio durante o tratamento. “Deus colocou outras pessoas na minha vida. Ele me deu novas e boas amizades. Pessoas que me entendem e eu as entendo. Falo sobre o Núcleo do Câncer, que muito me ajuda. Caso alguém tenha esta doença, que procure esta instituição, pois ela lhe dará apoio. Sei de pessoas que eram fechadas e aqui no Núcleo se abriram. A pessoa pode vir que será bem recebida”.

Diário de Manhuaçu

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