Melhorias. Essa é uma palavra que condensa as esperanças de inúmeras pessoas em nosso país. Ainda mais, vindo de um processo eleitoral, onde, como resultado, haverá a troca de toda a equipe da base presidencial, com substituições em ministérios antigos, a volta de outros, e a criação de novos, tudo isso feito de maneira que, para os eleitores e toda a população que estão de fora, resta a esperança de que as coisas mudem para melhor, trazendo novas melhorias. Uma coisa eu sei, haverá mudanças, se vão ser para melhor, só o tempo dirá.
Mas não se pode negar que os atores desse “novo” espetáculo já são bem conhecidos. Os tempos são outros, a situação do país é outra, não é exagero dizer que o mundo no qual hoje vivemos é outro, não só pelas constantes mudanças promovidas pela natural passagem de tempo mas, principalmente, pelo impacto e consequências causados pela pandemia. Os atores que representarão mais uma vez o espetáculo são os mesmos, mas o palco mudou muito desde a última vez, e isso influenciará, e muito, no desenvolvimento dessa nova peça.
Além da mudança dentro da equipe de governo, também foram adicionados novos atores na câmara e no senado, atores esses que, inicialmente, alguns já anunciaram fazer oposição ferrenha ao novo governo eleito, de forma que o mesmo não tenha carta branca para fazer o que bem entender, como fora em tempos passados, mas, se essa oposição que foi declarada irá durar os próximos quatro anos de mandato, será outra coisa que só o tempo dirá. Particularmente, eu acredito que não. Acredito que, por mais que a oposição eleita diga que irá se posicionar duramente, acredito que tal oposição não terá grandes conquistas e ações práticas. Essa oposição, também acredita estar lutando por melhorias, assim como o governo eleito. Cada um, a sua forma, diz estar buscando por melhorias onde, cada um dos lados lança de suas armas e meios para conseguir realizar aquilo que consideram ser o melhor para todos e, logicamente, um lado não concorda com o outro.
Se dependermos do resultado político e das ações políticas para trazer melhorias para todos nós, acredito que estamos todos perdidos. Acontecerão mudanças, mas poucas melhorias (caso haja alguma), e ainda por cima, estaremos, como população, no meio de uma disputa de cabo de guerra, onde cada um dos grupos no poder puxa para o seu lado, tentando derrubar o grupo rival a qualquer custo, mas, no meio dessa disputa, quem sofre a maior queda é o país e população brasileira, que tenta, aos trancos e barrancos, se levantar do chão onde se encontra, mas, em cada tentativa, vê o chão vir em sua direção ainda mais rápido, em decorrência de uma nova queda, que pode parecer inesperada para alguns, mas foi amplamente desejada por outros, e até mesmo planejada por um outro grupo além desses dois.
Logicamente, todos esperamos e desejamos melhorias para todos, mas, a julgar o histórico de nosso país, somado a nossa situação atual e aos atores que estrelarão mais uma vez essa peça, fica difícil não pensar que a nossa sequência de quedas em meio a tentativas frustradas de querer se colocar de pé ainda durarão por mais um bom tempo. E assim, de queda em queda, seguiremos em direção ao dia em que nosso país se colocará de pé para não cair outra vez mais, ou, pelo menos, não tão rapidamente. Conservemos essa esperança pois, quem sabe, em algum dia bem longínquo, ela venha a se concretizar…
Wanderson R. Monteiro
Graduando em Pedagogia, coautor de 4 livros e vencedor de três prémios literários.
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São Sebastião do Anta – MG