Dia do Feirante: a valorização da agricultura familiar e da saúde à mesa

O Dia do Feirante é comemorado nesta quarta-feira, 25/08, em todo o Brasil. Em Manhuaçu, a dedicada atuação destes profissionais é reconhecida com o trabalho contínuo realizado na tradicional Feira Livre (no Estádio JK) e na Feira Agroecológica (Feira SAT), da Praça Dr. Cesar Leite (Praça do Hospital).

Em visita à propriedade da feirante Aparecida Fátima Pinel, carinhosamente conhecida como ‘Dona Aparecidinha’, o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Manhuaçu, Marco Antônio Domingos, ressaltou o quanto é importante essa atividade desempenhada pelos agricultores familiares, desde a produção dos hortifrútis com adubação natural e sem uso de produtos químicos, até a disponibilização destas frutas, legumes e demais hortaliças, tudo fresquinho, nas bancas das feiras, contribuindo significativamente para a saúde da população.

Localizada na Comunidade Barra do Palmital, em Manhuaçu, ao lado da Igreja Católica São Geraldo Magela, a propriedade de Dona Aparecida possui horta que conta com a atenção diária e especial da agricultora, que é feirante há cinco anos.

‘Eu amo lidar com a horta. Embora o tempo esteja seco e as plantas não fiquem tão bonitas neste momento. Meu marido cuida de lavoura de café, então tenho que auxiliá-lo também, mas conseguimos cuidar sim. Amo fazer isso, de coração’, declarou Dona Aparecida.

Sobre o início dos trabalhos na feira, D. Aparecida mencionou que ‘no começo, foi muito difícil porque eu saia daqui e ia de ônibus trabalhar na feira, localizada atrás da Igreja Bom Pastor. Depois é que compramos carro. Mas, o que ganhávamos lá não dava para pagar nem a gasolina. Nós persistimos, e, graças a Deus, começamos a vender bem e ter bom retorno financeiro. Quando a feira mudou para a Praça do Hospital César Leite, ficou maravilhoso. Passamos a vender mais, porque sempre trazíamos coisas com qualidade e as pessoas passaram a conhecer nossos produtos, comercializados com bom preço’.

‘Não uso veneno, não uso agrotóxico. Você pode pegar uma folha de repolho agora ali e comer, que está tudo bem. O que vendo é o que meus filhos e meus netos comem. Então, só tenho que agradecer a Deus’, afirmou a feirante sobre a atenção dada ao cultivo natural.

Entre os produtos que saem da horta e vêm diretamente para as bancas das feiras em Manhuaçu, Dona Aparecida destacou: o repolho, beterraba, cenoura, couve-chinesa, brócolis, banana e abacate. ‘Quero crescer mais, fazer futuramente uma estufa para proteger mais a plantação’, mencionou.

‘Agradeço ao Marquinho e toda a equipe do Sindicato dos Trabalhadores Rurais por esta atenção que têm com os agricultores. Fiquei muito feliz com esta visita, lembrança e reconhecimento do nosso trabalho’, destacou a feirante.

O Presidente do STTR Manhuaçu, Marco Antônio Domingos, estendeu este reconhecimento a todos os feirantes do município. ‘Queremos parabenizar nesta data, em nome da Dona Aparecida, a todos os feirantes. Existe uma diferença muito grande, que às vezes, as pessoas não compreendem, entre a agricultura familiar e o agronegócio. Ambos são importantes, mas a agricultura familiar produz alimento. Então, mais de 70% do alimento que chega à mesa do brasileiro vem da agricultura familiar. Celebrar este dia do feirante é voltar para nós, trabalhadores e trabalhadoras rurais, e, dizer do orgulho que sentimos, de produzir alimento que levará saúde para as pessoas. O Sindicato é um grande incentivador da agricultura familiar, da feira, da comercialização destes produtos. Antes se dizia que a comercialização da agricultura familiar era somente para a subsistência. Hoje, não! Temos programas institucionalizados para comercialização, temos as feiras livre e feira SAT (Sem Agrotóxico), tudo isso é luta do movimento sindical, das trabalhadoras e trabalhadores rurais, que foram mostrando com competência e capacidade que era preciso um mercado para levar alimentos saudáveis para as pessoas. Fico muito feliz em estar aqui nesta propriedade e compartilhar este momento, porque isto é agricultura familiar, é saúde, é vida’, pontuou.